FD-PeraRochaOs agricultores do Oeste estão preocupados por a União Europeia ter proibido o uso do DPA, um produto que ajuda
à conservação em atmosfera controlada de pêras e maçãs por um maior período de tempo e que terá como consequência dificuldades no processo de comercialização. É que, sem este produto, a fruta terá de ser escoada entre Agosto e Dezembro, impedindo a sua venda ao longo do resto do ano como acontecia até agora.
Esta foi a principal preocupação apresentada pelos agricultores durante uma conferência sobre agricultura e desenvolvimento rural, que decorreu a 26 de Março no Bombarral, com a presença do secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar, Nuno Vieira e Brito.
Aristides Sécio, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha (ANP), aproveitou a presença deste governante para solicitar que disponibilizasse o “conhecimento científico do país para nos ajudar a resolver esta situação, que é gravíssima”, e que pode levar ao “colapso da fileira da pêra rocha e da economia da região”.
O também ex-presidente da Câmara do Cadaval recordou os recentes investimentos realizados pelos empresários agrícolas nas centrais fruteiras e na plantação de novos pomares, “investimentos que se irão perder caso não se consiga resolver este problema”, alertou.
Também José Manuel Vieira, presidente da Câmara do Bombarral, sublinhou que a situação da conservação da pêra rocha “hoje é um problema, mas pode vir a constituir uma catástrofe económica para a região”.
Na sua intervenção, o autarca fez ainda questão de destacar a importância do sector agrícola na economia local, juntando à elevada produção de pêra rocha, a qualidade do vinho que se produz no concelho e o peso económico da produção de bacelos e enxertias do Pó.
O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar garantiu que “o Ministério da Agricultura está empenhado para, em conjunto, encontrarmos o melhor caminho”, mas lamentou que se tenha “começado tarde, uma vez que há dois anos, quando se autorizou excepcionalmente o uso do produto (para a conservação) já se sabia que este iria ser proibido”.
Defendendo a necessidade de se encontrar alternativas, Nuno Vieira e Brito garantiu ainda que o ministério não aprovará medidas mais restritivas do que as impostas pela União Europeia e “nomeadamente por Espanha, para podermos manter a competitividade”.
Na sua intervenção, o secretário de Estado destacou ainda a importância que o sector agrícola tem cada vez mais na economia nacional, como demonstra o facto de este ter sido, em 2013, um dos mais fortes suportes de emprego.
Por outro lado, frisou ainda o grande investimento realizado no sector agrícola através do aproveitamento dos fundos disponibilizados pelo Programa de Desenvolvimento Rural, que contou com uma taxa de execução de 79%, superando a média europeia.
Outra das temáticas abordadas foi a criação de centros de competências, onde se pretende juntar as entidades ligadas à investigação, as autarquias, as universidades e as empresas, com o objectivo a potenciar o sector agrícola, desde a produção à comercialização.
“Para além do centro de competências do tomate, que já está definido, vão ser criados centros relacionados com outros sectores da produção agrícola”, referiu o governante.
Esta acção decorreu no auditório municipal e foi promovida pelo município bombarralense.

P.A.

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