Festa das Adiafas dos Vidais está consolidada e continua a crescer

Adiafas dos Vidais atraíram milhares

A 4.ª edição do Festival das Adiafas dos Vidais decorreu entre 2 e 5 de outubro. Foram milhares os que acorreram ao evento, vindos de vários pontos do país ou mesmo do mundo, contou o presidente da junta de freguesia, Rui Henriques. “Pessoas de Guimarães, de Santarém, de Lisboa, que vieram participar. Na sexta-feira tivemos grupos da Hungria, da Eslovénia e da República Checa. Foi maravilhoso, nunca tinha acontecido”, disse. Este ano o tempo colaborou.

Durante o evento, houve dois dias de colóquios sobre o “futuro da agricultura”, com engenheiros agrícolas. “Nos dois colóquios, tivemos cerca de cem agricultores de toda a região Oeste presentes, envolvidos numa de querer aprender o que se pode fazer para melhorar a agricultura”, continuou.

Houve demonstrações de máquinas agrícolas e tratores de última geração, figurando ainda vários stands com os mesmos durante os quatro dias do certame. Entre essas demonstrações contou-se o uso de drones na agricultura.

De assinalar também os stands com a fruta dos Vidais, cuja produção agrícola assenta principalmente na maçã e na pera rocha, e em parte na vinha. “Tivemos cerca de 18 produtores a dar a conhecer todo o tipo de maçãs que cá produzimos. Temos, entre a Nazaré e a Serra de Montejunto, um microclima fabuloso e um excelente solo, e exportamos para todo o mundo muitas toneladas. Portanto, se lá fora nos elogiam tanto, quisemos também dar a provar a fruta aos de cá, para poderem comprovar que Vidais tem muito potencial e é uma terra cheia de oportunidades”, salientou.

A componente musical “é muito importante para chamar pessoas de fora”. Na sexta tocaram os Hybrid Theory, que foi assistido por “milhares”. Já no sábado o palco foi de Herman José. “Ele próprio não conhecia os Vidais e disse-nos que gostou muito de cá estar e agradeceu muito à organização, o que nos deu bastante força para continuarmos”, contou.

Quem também esteve nos Vidais foi a Praça da Alegria, o programa matutino da RTP1 apresentado por Jorge Gabriel e Sónia Araújo. Foram vinte minutos de emissão dedicados aos Vidais, na sexta-feira, e que não custaram um único cêntimo à freguesia.
O último dia contou com o típico passeio de tratores, com mais de oitenta a participarem este ano, e, à tarde, houve a prova de trator pulling. “É uma prova que nunca foi feita de Coimbra para baixo.” Nesta, um bloco é atrelado ao trator e vence aquele que consegue arrastá-lo por uma maior distância. A dificuldade advém do avançar do bloco à medida que o trator se desloca, que o aferra à terra.

A alimentação foi providenciada pelas tasquinhas das coletividades locais. “Queríamos proporcionar na era pós-covid uma forma de motivar as oito associações da terra a não desistirem (muitas estavam a pensar em fazê-lo)”, conta o presidente que assumiu funções em 2021. “Há tasquinhas que vão ter um lucro de 4 ou 5 mil euros.”
O evento ficou orçado em 50 mil euros mais IVA, mas Rui Henriques sublinha que se trata de um “investimento, porque estamos a divulgar a freguesia, a apoiar as coletividades e temos ainda o plano da agricultura, que é tão importante na nossa freguesia, em que 70% da riqueza vem daí”.

Este ano, verificou-se o “problema muito grande do fogo bacteriano a nível das pereiras”, mas, quanto às maçãs, “foi maravilhoso”, com elas bem doces devido à grande pluviosidade no inverno e à sua posterior redução.

Rui Henriques destacou que “várias pessoas conheceram os Vidais através das Adiafas e depois procuraram cá casa”. O evento também procura reunir os habitantes da freguesia, que não se costumam encontrar pelas suas particularidades geográficas. “E quando reunimos as pessoas certas para a equipa, todos amadores na organização de festas, mas com muita vontade de dar o seu melhor em prol da comunidade, faz-se acontecer”, remata, acrescentando que do núcleo duro da organização constam cerca de uma dezena de pessoas da junta, que trabalham “de dia e de noite” durante as duas semanas anteriores ao evento.