Ainda não tinha decidido se ia por aí fora às voltas com as confrarias e dei-me com a reestruturação da dívida! Como a nossa gente “bem pensante” afirma que tudo se deve a termos andado a gastar de mais, decidi aventurar-me nas poupanças. Ou, dito de outro modo, em dicas para que o “frigo” congele a sua factura da luz.
Faz agora um mês, ao folhear o Diário Vasco, jornal de San Sebastian – hoje Donostia – que leio há muitos anos e sempre com igual gozo, dadas as minhas inclinações pela cozinha basca – “fiquei a saber” que o frigorífico representa entre 15 e 20% dos gastos energéticos da casa. Com a electricidade cada dia mais cara, parece-me avisado transmitir-lhes estes conselhos para que o seu consumo não dispare.
O frigorífico e o congelador-arca são elementos indispensáveis em qualquer lar e a sua importância reflecte-se no peso que representam na factura da luz, entre 15 e 20% do consumo energético. Que se pode reduzir com gestos simples a que não damos normalmente a devida importância.
Por cada grau de arrefecimento a mais o consumo dispara 5%.
Embora de prática muito mais difícil na actual situação, a verdade é que um aparelho cheio consome menos que um meio vazio. Por isso o melhor é ter cheios dois terços do frigorífico e três quartos do congelador, pois os alimentos retêm melhor o frio do que o espaço livre. Tal não significa que seja aconselhável enchê-los, a abarrotar porque é recomendável a circulação do ar frio. Também por isso é sempre ”proibido” colocar alimentos quentes, o que exigirá consumo extra ao frigorífico.
Gesto tremendamente comum e repetido, que provoca gasto extraordinário de energia, é o abrir e fechar as portas do frigorífico e do congelador. Com esse gesto chocam o ar frio, do interior com o quente, do exterior, disparando o consumo.
Outro dos aspectos a ter em conta é a escolha da localização destes electrodomésticos, que devem ser sempre adequados às necessidades, pois isso determinará parte do seu consumo. Devem estar suficientemente distantes do forno ou qualquer outra fonte de calor e, se possível, também da luz diurna directa e permitir, ainda, espaço entre a parte traseira, as laterais e a parede para favorecer a ventilação do motor.
E há que ter cuidado com a temperatura com que se programa frigorífico e congelador. As temperaturas indicadas são 5 graus para o primeiro e -18 para o segundo. Cada grau de frio a mais pode disparar o consumo uns 5%.
Finalmente deve ter-se especial atenção à manutenção e limpeza destes aparelhos. Sempre que a espessura do gelo supere meio centímetro deverá descongelar-se, frigorífico ou arca uma vez que tal espessura pode representar um aumento de consumo energético de uns 30%.
João Reboredo
joaoreboredo@gmail.com










