Pavibaça investe 800 mil euros na Zona Industrial

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A Pavibaça, empresa de comércio de materiais de construção, inaugurou no passado sábado as novas instalações na Zona Industrial das Caldas da Rainha. Com esta mudança, que significou um investimento na ordem dos 800 mil euros, a empresa espera potenciar sobretudo a componente do comércio a retalho, que em Alcobaça correspondia a uma pequena fatia do volume de facturação face às exportações.
Na mega loja encontra-se tudo para a construção, quer para os profissionais, quer para quem se dedica à bricolage. A aposta é mesmo uma oferta muito diversificada para que o cliente possa adquirir tudo no mesmo espaço. Há diversos materiais de construção, como pladur, colas, pavimentos, mas também acessórios, ferramentas e maquinaria, numa área coberta de 16 mil metros quadrados. A empresa faz também uma aposta em casas de banho, para todos os gostos e carteiras. O objectivo é  dinamizar as vendas no mercado interno, mesmo numa altura em que a construção continua em crise.
Arcelino Sousa, gerente da empresa, que é propriedade do filho António e da neta Vanessa, brinca dizendo que o investimento nesta altura é “uma loucura”, mas controlada. “Acreditamos na nossa experiência, na qualidade dos nossos quadros profissionais e acreditamos que o ciclo se vá inverter, porque todos precisam de trabalho”, disse à Gazeta das Caldas.
Este empresário tem toda uma vida dedicada profissionalmente à construção, desde os tempos de Angola, onde trabalhou no ramo durante mais de 20 anos. Regressou a Portugal em 1975 e na altura já tinha constituído a empresa Reis & Sousa no mercado angolano, que depois implantou também nas Caldas da Rainha, com vários sócios. Após a insolvência desta empresa, foi apoiar o filho na Pavibaça, aproveitando as boas relações que tinha, principalmente com Angola e São Tomé e Príncipe para começar a actividade na exportação. Hoje a empresa exporta também para Moçambique.
A Pavibaça possui licença para trabalhar como transitário, podendo expedir não só os produtos que comercializa, como produtos adquiridos noutros locais.
O investimento foi repartido entre a aquisição do imóvel, uma antiga fábrica de cerâmica que se encontrava devoluta, as obras e a aquisição de stock. E foi realizado sobretudo com capitais próprios pois apenas a compra do imóvel foi financiada.
A empresa conta, para já, com trabalhadores nas Caldas, quatro dos quais transitam de Alcobaça e foi criado um novo posto de trabalho. No entanto, a expectativa é que o número continue a crescer, dependendo da evolução do negócio.
A Pavibaça facturou 1,13 milhões de euros em 2011, 980 mil em 2012 e no passado atingiu os 1,42 milhões, mas a esmagadora maioria das vendas são para o mercado externo: 930 mil, 840 mil e 1,3 milhões de euros, respectivamente. Em 2011 os resultados líquidos foram positivos em 22 mil euros e de 18 mil em 2012, não estando ainda fechadas as contas de 2013.
Arcelino Sousa explica que os resultados se devem a margens muito baixas para o mercado externo. “Temos margens reduzidas para segurar o mercado e os custos são elevados. Quem quiser ganhar muito dinheiro numa venda para o mercado africano só vende uma vez”, observa.
Quando a empresa adquiriu o espaço na Caldas, Arcelino Sousa reconhece que teve algum desânimo pelo estado em que encontrou a Zona Industrial, devido à falta de limpeza dos terrenos e os imóveis abandonados e vandalizados. “Depois de comprarmos já houve mais duas empresas a instalarem-se aqui e estou optimista que a Zona Industrial se possa desenvolver”, referiu.

Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt

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