O dinamismo dos empresários do Oeste são um dos segredos para o sucesso na exportação dos produtos agrícolas da região, entende Armando Torres Paulo, presidente da Frutus – Estação Fruteira do Montejunto e ex-presidente da Associação Nacional da Pêra Rocha.
“Estes empresários conseguiram conquistar Portugal com a Pêra Rocha e depois começaram a exportar, mostrando que esta pêra é melhor do que as outras”, referiu durante as Jornadas Millennium Empresas, que decorreram a 27 de Março no CCC das Caldas da Rainha.
O Millennium bcp realizou mais uma edição destas jornadas que percorrem o país “procurando estar mais perto das empresas portuguesas, apoiando a sua internacionalização e reforçando a sua competitividade”, refere a apresentação do evento.
Para além de Armando Torres Paulo, Nuno Carvalho, presidente da Agriloja, e Luís Vieira, presidente do grupo Parras, participaram num debate, moderado por Francisco Ferreira da Silva, subdiretor do jornal Diário Económico.
Armando Torres Paulo contou que desde há 20 anos que se apostou na exportação da Pêra Rocha e conquistaram-se novos mercados. “Para além da França e do Brasil, que eram mercados onde havia muitos portugueses, começámos a vender para a Rússia, Irlanda e agora até Angola, entre outros países”, disse.
Segundo o empresário agrícola, se as pêras rochas produzidas em Portugal, em dois anos, fossem colocadas em linha recta seriam suficientes para chegar à Lua. “Temos um grande orgulho em produzirmos algo com esta dimensão”, salientou.
O presidente do conselho de administração da Agrilojas, uma rede de lojas especializadas na venda de produtos do sector primário, referiu que vê com grande esperança o crescimento da agricultura em Portugal. Nuno Carvalho comentou ainda que tem havido uma grande procura por parte do agricultor amador, que cultiva para a sua própria subsistência, em paralelo com a sua actividade profissional. “Isso fez com que as nossas vendas e as visitas às nossas lojas tivessem crescido”, afirmou.
Quanto ao grupo Parras, uma empresa especializada na produção e selecção de vinhos, é proprietário da Quinta do Gradil, a maior produtora agrícola do concelho do Cadaval. Uma empresa familiar que actualmente exporta a maior parte da sua produção.
Oeste tem 22 balcões BCP
No CCC, onde a fundação do banco inaugurou nesse dia uma exposição de quadros do Naturalismo da sua colecção privada, estiveram presentes os principais quadros da região do Millennium e uma parte representativa do tecido empresarial da região Oeste.
Ao início da tarde tiveram lugar workshops temáticos sobre soluções de tesouraria e financiamento e de trade finance, com as quais pretenderam debater de forma mais aprofundada a oferta do banco nestas áreas.
Luís Pereira Coutinho, administrador executivo do banco e responsável pela rede de empresas, salientou que o Oeste é uma região a que esta entidade dá muita atenção e que cada vez mais querem ter uma relação directa com os seus clientes.
Sem contar com as Caixas de Crédito Agrícola, com uma forte implantação na região, o Millennium bcp é o banco com o maior número de balcões no Oeste (22 no total). O concelho de Torres Vedras é o que tem mais sucursais do Millennium (cinco), seguido das Caldas da Rainha (quatro).
Das 9.953 empresas existentes a região, 25% são clientes deste banco, e no das 365 empresas com volume de exportação superior a 100 mil euros, 56% têm conta no Millennium bcp.
Ao nível dos depósitos, o banco tem uma quota de 14% dos 4.574 milhões de euros existentes no total da região no sistema bancário. Dos 5.019 milhões de euros de crédito existente no Oeste, 10% são do Millennium.
Segundo Luís Pereira Coutinho, o país esteve durante muito tempo com um modelo de desenvolvimento baseado no endividamento público e privado, mas agora “estamos num ciclo de crescimento económico que se baseia na produção das empresas para a exportação e para substituir aquilo que era importado”. Nesta sessão foram apresentadas as várias soluções apresentadas pelo banco às empresas nacionais.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt










