Petição que pede fim de armadilhas para aves entregue no Parlamento

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A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) entregou uma petição com mais de 4.000 assinaturas de cidadãos na Assembleia da República, apelando à proibição do fabrico, posse e venda de armadilhas para aves. Tendo por base um estudo realizado em 2014 revela que anualmente morrem em Portugal cerca de 40.000 aves selvagens e 10.000 são capturadas para colocar em gaiolas.
Apesar de as aves selvagens estarem protegidas por lei há duas décadas, todos os anos dezenas de milhares de aves são capturadas ou abatidas em Portugal, quer para serem vendidas como animais de companhia, consumidas como petisco ou simplesmente mortas. “Estes crimes passam geralmente impunes por serem difíceis de detectar e investigar, em parte porque embora seja ilegal capturar ou caçar estas aves, os meios usados para estas capturas não são proibidos”, refere a petição “Armadilhas Não”, que defende a urgência de colmatar esta grave lacuna legal.
Apesar de ser proibida a captura e a morte de aves selvagens, essa proibição não existe para os meios usados nesses crimes, como é exemplo as armadilhas.
“As aves controlam pragas, são cruciais para manter a saúde dos nossos campos, e a lei portuguesa e europeia há 20 anos que reconhece isso” refere, em comunicado, Joaquim Teodósio, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre da SPEA. “Mas para manter estas aves a salvo, não chega proibir que sejam capturadas: é necessário proibir também os meios que permitem capturá-las”, acrescenta.
Estes meios, como as armadilhas de mola (também conhecidas por costelos ou esparrelas), as redes e o “visgo” (uma cola artesanal destinada à apanha de pássaros em árvores, sebes ou no cimo de canas), matam indiscriminadamente qualquer ave que neles caia.
O mesmo responsável refere que as aves das zonas agrícolas estão a diminuir a um “ritmo alarmante” por toda a Europa, e os dados disponíveis indicam que Portugal segue o mesmo caminho. “Perante este cenário, é urgente garantir que sejam realmente protegidas, e acabar com esta chacina ilegal”, diz Joaquim Teodósio.
A SPEA é uma Organização Não Governamental de Ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal.

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