Educar o gato, o segredo está na relação

Os gatos não percebem o que lhe diz, nem compreendem as reprimendas, aprendem por experiência. Se esta for boa, vão tentar repeti-la, se não for, vão tentar evitá-la. Por exemplo, gostam de arranhar os móveis com as unhas, por isso fazem-no muitas vezes.
Perceber o comportamento do gato é, por isso, muito importante para que o que quer que ele faça seja uma experiência agradável ou divertida.
Um exemplo é quando o gato acorda o dono de madrugada e este lhe dá comida para o calar, brinca com ele ou o deixa sair. O que está a fazer, na realidade, é treinar o seu gato para o acordar a meio da noite, porque com aquele comportamento consegue precisamente o que quer.
Outras vezes, o dono apanha o gato ‘no acto’, como por exemplo a fazer uma poça no chão e, com a frustração, agarra-o, mostra-lhe a poça e arrasta-o para a caixa de areia e obriga-o a escavar na areia. A mensagem que está a passar é que ser agarrado pelo dono é uma má experiência para o gato e a caixa de areia é uma tortura. Neste caso, o que poderá estar ainda a ensinar ao gato é que o ideal é fazer a asneira quando o dono não está a ver, porque ser ‘apanhado’ é uma má experiência. E repreender à posteriori faz com que o gato não perceba o que está a acontecer e perca a confiança no dono.
O melhor ambiente para ensinar o seu felino passa por manter com ele uma relação divertida, recompensadora e interessante. Os gatos podem tornar-se demasiado activos e destruidores quando estão aborrecidos, pelo que brincar com ele e fazer-lhe massagens de relaxamento todos os dias pode contribuir para acalmá-lo.
A melhor forma de treinar o gato é através de recompensas. Quando o gato perceber que é recompensado com determinado comportamento, vai criar oportunidades para ser recompensado mais vezes.
A utilização da caixa de areia é um dos comportamentos que deve ser recompensado. Outro comportamento que costuma preocupar os donos é que o gato arranhe a mobília em vez do arranhador. Por um lado, o arranhador deve ser divertido. Por outro, deve arranjar-se forma de tornar a experiência de arranhar a mobília menos atraente. Para isso, deve tentar encontrar algo que o gato não goste. Pode ser uma borrifadela de água com um spray, ou um barulho súbito, de modo a que perceba, sem o magoar, que coisas más acontecem quando faz o que não deve e coisas boas acontecem quando faz o correcto.
Usar os arranhadores e não escalar cortinados pode ser treinado, numa primeira fase, confinando o gato a uma área sem móveis para arranhar, nem cortinados para trepar. O que não devem faltar são vários arranhadores e postes de trepar que ajudem a mantê-lo entretido quando o dono não está em casa. E deve recompensá-lo se os usa.
Caso o gato não os use, pode facilitar-lhe a tarefa distribuindo nos equipamentos pedaços de comida que ele goste, ou brinquedos. Levá-lo ao arranhador logo após uma sesta também é uma boa ideia, já que os gatos gostam de arranhar assim que acordam.
Se o gato adquirir o comportamento correcto, não deixe de o recompensar por isso, porque pode regredir de um momento para o outro.
* Com Perfect Paws