Psicomotricidade na Infância

0
746

shutterstock_99940328Quando falamos em psicomotricidade, pode-se dizer que, para a maioria das pessoas, quem não lê é como quem não sabe. Quando ouvem falar em Psicomotricidade, grande parte pergunta: “O que é isso?”.
A psicomotricidade utiliza o jogo como forma de alcançar aprendizagens e objetivos; estuda a interação que a criança estabelece com o outro e com os objetos.
Quando o bebé se começa a sentar, liberta as suas mãos para manipular e explorar o espaço à sua volta e, ainda que não fale, tudo aquilo que ele faz, vive e experiencia, dar-lhe-á informação para processar e aprender.
A psicomotricidade requer ambientes que promovam oportunidades para a criança explorar e construir referências sobre si e sobre o que a rodeia, de modo a experimentar, tentar, errar e concluir.
Os objetivos de intervenção podem ser definidos em várias áreas: coordenação motora global (explorando movimentos amplos de grandes musculares, promovendo a agilidade, a destreza, a coordenação óculo-manual e óculo-podal), coordenação motora fina (utilizando as mãos e os dedos para tarefas mais minuciosas), desenvolvimento da lateralidade e da perceção temporal (onde se podem trabalhar sequências temporais – tomar o pequeno-almoço, almoçar, lanchar, jantar, conceitos como hoje/amanhã, antes/depois, agora/logo, dias da semana, …).
A psicomotricidade pode ainda ser potenciadora da entrada na fase de alfabetização e na aprendizagem dos pré-requisitos matemáticos. Com tarefas lúdicas a criança pode escrever as letras no chão, e, à medida que salta para trás e para a frente, para a direita e para esquerda, de letra em letra, vai visualizando símbolos gráficos que correspondem a sons que são repetidos.
O técnico de psicomotricidade é responsável por tornar entusiasmante todo o processo de aprendizagem, selecionando adequadamente as atividades de acordo com as necessidades da criança, aumentando a sua motivação e consequentemente o seu tempo de atenção e disponibilidade para aprender. A intervenção pode ser acompanhada em casa ao longo das rotinas da criança, numa aprendizagem em contexto natural, não necessariamente mecanizada.

Paulo Lourenço Delgado
Técnico Sup. Reabilitação Psicomotora

- publicidade -