Caríssimos Leitores
Obrigada pelas simpáticas palavras que me dirigiram a propósito do início deste espaço. É isso que pretendo, que sejam momentos de partilha e interacção convosco. Sintam-se à vontade para expôr o que mais vos preocupa. Terei todo o gosto em responder!
Esta semana recebi várias questões relacionadas com a época festiva que vivemos. Posso resumi-las nesta questão – Não era suposto sentir-me feliz no Natal? Porque é que muitos declaram abertamente – “Eu não gosto do Natal”?
Os dias mais curtos, mais escuros, atraem humores depressivos, pioram o estado clínico dos nossos pacientes. Uma semana de chuva pode reverter meses de psicoterapia! Aumenta a tendência à reclusão/isolamento, o fechar-se sobre si próprio e em casos mais graves, a ideação suicida. A luz influencia o nosso relógio interno, interferindo nos ciclos de vigília/sono e no humor. Os dias mais curtos quebram a produção de serotonina, um neurotransmissor que afecta o humor: quanto menor a quantidade de serotonina, maior a tendência para a tristeza e depressão. Aumenta a letargia (sensação de cansaço, preguiça).
Associado às alterações climáticas, a época festiva que vivemos parece que obriga ao sentimento geral de felicidade, o que provoca angústia e ansiedade a quem não partilha do “espirito natalício” vigente. Porquê?
São muitos os que se sentem sós, perdidos por entre as alterações sócio-económicas ocorridas durante o ano. Sente-se a falta de alguém. Sente-se a falta de si mesmos e de como se sentimos noutros natais. Presentes a menos, sorrisos a menos, menos lugares à mesa. Sentimento de “menos”, subtracção, redução. Assim, teme-se a chegada do Natal, tanto quanto se anseia que passe rapidamente e possa voltar tudo à rotina normal. Este sentimento é muito mais comum do que quem passa por ele possa imaginar. Calma! Não estão sós. Infelizmente são cada vez mais os que sofrem com as épocas festivas.
Como em tudo na vida, há que procurar o lado positivo. E perguntam vocês – Como é que a tristeza pode ser positiva? Pode servir como catarse! Momento de introspecção, balanço pessoal. Será que estou a gerir a minha vida da melhor forma? Em que é que eu posso melhorar no próximo ano? Sinto-me só, será que há alguém a precisar de mim? A mudança está na sua mão. Fechar na concha não é solução! O esforço parece ser imenso mas valerá a pena. Certamente haverá algo de positivo a que se agarrar – estarmos vivos valerá certamente um sorriso!
Não será esta uma boa oportunidade para aprender a lidar de forma diferente com a nossa própria vida?
Façam-nos chegar as questões que mais vos preocupam, através da nossa página de Facebook Gazeta da Saúde & Bem-Estar, por email saúde@gazetadascaldas.pt, através do telefone 965 765 367 ou entregando pessoalmente na redacção.
As mais pertinentes serão publicadas.
Participe! Ajude-nos a levar a saúde e o bem estar até si.
Boas Festas!!
Consultório de Psicologia
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