Quais são as doenças que mais afetam e que mais mortalidade causam na região, quais são os equipamentos hospitalares disponíveis e a sua capacidade? Eis algumas das questões a que se pode tentar responder
A necessidade de um novo hospital para o Oeste é uma questão unânime entre todas as entidades da região. Mas enquanto a nova solução não surge, importa saber com o que podem contar os habitantes da região em relação aos serviços hospitalares.
No Oeste existem 9 hospitais, dos quais 4 são públicos e 5 privados. Em termos de capacidade de internamento, o conjunto dos hospitais do Oeste têm uma oferta de 568 camas, um número que aumentou nos últimos 5 anos, com mais 89 camas disponíveis. Este número dá uma relação de 1,6 camas por cada mil habitantes, capacidade muito abaixo da média nacional (3,5 camas por mil habitantes) e também abaixo da vizinha Região de Leiria, que tem uma capacidade média de 2,4 camas por cada mil habitantes. São dados do Instituto Nacional de Estatísticas observados em 2020.
O índice de movimento de doentes indica que os hospitais da região receberam 12.083 internamentos, com um tempo de internamento de 111.973 dias, o que perfaz uma média de 9,27 dias por internamento. Em 2015, o número de internamentos tinha ascendido a 14.971 pacientes, com uma média de 8,74 dias por internamento. Isto significa que o tempo médio por internamento aumentou meio dia em cinco anos.
Por sua vez, os serviços de urgência receberam em 2020 147.529 pessoas, um número em muito inferior ao registado em 2015, quando foram registadas 243.936 urgências nas unidades hospitalares do Oeste.
No que ao pessoal diz respeito, o INE indica que as unidades hospitalares do Oeste têm 290 médicos ao serviço, mais 22 do que há 5 anos. Há também mais enfermeiros ao serviço (743 contra os 634 de 2015), 190 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 621 técnicos auxiliares, respetivamente mais 32 e 157.
As unidades hospitalares do Oeste realizaram um total de 277.352 consultas externas durante o ano de 2020, número que cresceu 2,9% nos últimos cinco anos.
Entre as especialidades, a grande nota de destaque vai para o aumento das consultas de psiquiatria, que aumentaram 133,8% comparando com 2015. Nesse ano, tinham sido realizadas 6.780 consultas desta que era a 8ª especialidade com maior número de consultas, em 2020 estas aumentaram para 15.850, levando-a a entrar no top 5 das especialidades com mais consultas externas realizadas.
No topo da lista continua a ortopedia, responsável por 43.871 consultas externas nas unidades hospitalares da região. Ginecologia passou a ser a segunda especialidade mais procurada, com 19.545 consultas, subindo um lugar em relação a 2015. A troca foi direta com otorrinolaringologia, que chegou às 18459 consultas.
Oftalmologia ocupa o quarto lugar com 17.266, o que fez esta especialidade entrar no top 5 comparado com 5 anos antes.
É preciso recordar que 2020 foi um ano hospitalar muito afetado pelo surgimento da pandemia de covid-19. Em comparação com 2019, foram realizadas cerca de 9.000 consultas externas a menos.
A pandemia teve um impacto ainda maior no que diz respeito ás cirurgias. Os dados do INE apontam para uma média de 15 intervenções realizadas por dia em 2020 nos hospitais da região, o que compara com as 19,6 realizadas em 2015 e as 19,8 realizadas em 2019.
Principais causas de morte
No que diz respeito às causas de morte, as doenças associadas ao aparelho circulatório são a principal causa de morte do Oeste e correspondem a quase um terço do total.
Estes números são os apresentados pelo INE dizem ainda respeito a 2019 (não foram publicados ainda os de 2020) e indicam que, nesse ano, se registaram na região um total de 4145 óbitos.
Deste total, as doenças associadas ao aparelho circulatório representam 31,7% dos óbitos, com um total de 1.314. Destas, o acidente vascular cerebral (AVC), é o principal responsável por este número de óbitos (476).
A segunda maior causa de morte na região é o cancro, responsável por 1014 óbitos no Oeste em 2019, correspondendo a 24,5% do total. Isto significa que as duas maiores causas de morte no Oeste correspondem a mais de metade dos óbitos. Quanto aos tipos de tumor com mais mortes associadas, os do sistema respiratório estão no topo da lista (150) e correspondem a 15% do total, seguindo o contro do colón, com 103 óbitos, cerca de 10% do total.
As doenças do sistema respiratório são a terceira maior causa de morte na região, com 413 óbitos. A pneumonia surge à cabeça quando este tipo de doença conduz à morte, com 168 óbitos registados.
As doenças endócrinas (222), associadas ao sistema hormonal, e as doenças do sistema nervoso (185), encerram as cinco maiores causas de morte na região.
Nascimento abaixo dos óbitos
No mesmo ano, 2019, foram registados 2.842 nascimentos por local de residência da mãe, o que significa que o saldo natural da região sofreu um decréscimo, uma vez que teriam sido necessários mais 1.303 nascimentos para igualar o número de Óbitos.
A esmagadora maioria dos partos foram realizados em ambiente hospitalar (2815), 21 foram realizados ao domicílio e 6 aconteceram noutros locais.
Já em 2020, cujos dados foram já publicados pelo INE, nasceram menos 25 crianças de mães com residência no Oeste, 2.790 no total, dos quais 2.708 em ambiente hospitalar. No entanto, nem todos estes partos foram realizados nas unidades hospitalares do Oeste, já que os serviços de maternidade da região registaram 1338 nascimentos. Destes, 616 foram de parto natural (eutócicos), enquanto 722 foram provocados (distócicos). Neste último particular, observa-se uma inversão num plano aberto a 5 anos, altura em que a maioria dos partos foram naturais.

































