Farmácias mostraram capacidade de adaptação na pandemia

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Os serviços de entrega ao domicílio e pick up são algumas das grandes mudanças

Em muito pouco tempo, as farmácias foram obrigadas a adaptar-se para conseguirem cumprir a missão de, muitas vezes, serem a primeira resposta aos cidadãos

Tal como sucedeu em quase todo o mundo, quando a pandemia se instalou verdadeiramente nas nossas vidas, em março de 2020, as farmácias nas Caldas da Rainha viram-se obrigadas a adaptar-se para conseguirem cumprir a sua missão. Passados dois anos, as grandes diferenças são ao nível do método de entrega dos medicamentos, nomeadamente, com a criação ou um grande aumento da procura dos serviços, por exemplo, de entrega em casa ou “pick-up” na farmácia.
“Melhorámos o serviço de entrega ao domicílio, porque era essencial, e agora ainda é muito procurado, por exemplo, por pessoas que estão confinadas”, explica Catarina Tacanho proprietária das farmácias do Grupo Correia Rosa. O serviço de “pick up”, que possibilita pedir os medicamentos por telefone ou por e-mail, pagar à distância e levantar na farmácia foi uma novidade facilitadora para os utentes “e têm tido muita procura”.
Nas freguesias rurais também se notam as diferenças. Nos Vidais registou-se uma adaptação muito rápida, que além das mudanças mais básicas, levou também à possibilidade de testagem na farmácia. Ana Sofia Carreiras, da Farmácia Vidais, conta que já faziam a entrega de medicamentos ao domicílio, mas passaram “a fazer muito mais, ou porque as pessoas estavam infetadas ou para se protegerem e há pessoas que se habituaram a este serviço, com maior procura do que antes da pandemia”. A forma de operacionalizar este contacto também mudou, com menos deslocações, assim como as formas de pagamento. “Tivemos de criar o pagamento por Mbway”, exemplifica.
Ana Sofia Carreiras destaca que as farmácias são, “muitas vezes, o primeiro contacto de saúde” e, no caso da farmácia dos Vidais, que se integra numa comunidade rural de aldeia, sente que têm “uma grande responsabilidade perante a nossa população, especialmente a que tem dificuldades de deslocação, o que nos traz uma relação muito próxima com a população”.
O grupo Correia Rosa vendeu 15 mil auto-testes em dezembro. “Quando começámos a testar em Santa Catarina, em dezembro, a taxa de positivos foi impressionantemente alta e considero que foi uma intervenção da farmácia muito importante para aquela comunidade”, contou Catarina Tacanho, notando que o serviço de testagem covid, que atualmente tem muito menos procura, “é para ficar”.
E se, neste caso, o constante tocar do telefone levou à criação de uma plataforma online para fazer a marcação de testes, por outro lado, não é possível esquecer os tempos em que os responsáveis das farmácias passavam o dia com o telefone nas mãos em busca de fornecedores de produtos, como as máscaras e o álcool-gel, primeiro, e os testes, depois e o consequente aumento dos preços. Dessa fase, a cooperação entre as várias farmácias também foi um ponto positivo notado, porque “o importante era termos o produto disponível para os clientes, não era pelo dinheiro, porque as margens em produtos covid são fixas e são muito curtas”, explicou Catarina Tacanho.
Atualmente, ao nível físico, nas farmácias, as diferenças são só a manutenção do acrílico de proteção e do álcool-gel. Depois há uma outra diferença, mas essa ao nível do distanciamento físico entre as pessoas na fila e o aguardar a vez na rua, um hábito que em vários casos já não é imposto, mas que se mantém.
A exposição de produtos, que tinha sido reduzida ou interditada, também já retomou a normalidade. É preciso lembrar que, nunca fechando, as farmácias, no primeiro confinamento atendiam à porta fechada, com a venda ao postigo. “Penso que, de uma forma geral, as farmácias, no período da covid, se souberam adaptar muito rapidamente para nunca deixar de prestar o serviço às pessoas”, realça Catarina Tacanho, notando a importância, mas também o cansaço e a pressão colocada sobre as equipas. “A população espera velocidade e é muito exigente com o nosso serviço, porque geralmente funciona bem”, resume.

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