Os municípios do Oeste estão na cauda do ranking dos concelhos com mais habitantes por pessoal ao serviço nos centros de saúde, segundo o Pordata. Neste ranking, que respeita a 2012, Óbidos tem o pior registo no país. Alenquer, Peniche e Alcobaça também constam entre os últimos da tabela, mas Caldas da Rainha é o único dos 12 concelhos oestinos que não entra nos piores 100 e também o único onde este indicador tem melhorado.
Joel Ribeiro
Em Óbidos, segundo os dados do portal de estatísticas Pordata, há 840 habitantes por cada profissional de centro de saúde (o que inclui médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar), o pior registo no país. Um número que tem piorado de forma significativa desde 1999, quando o município apresentava uma média de 338 habitantes para cada profissional do seu centro de saúde. Mas Óbidos não é o único concelho do Oeste na cauda deste indicador. Alenquer, Peniche e Alcobaça obtêm os lugares 4º, 5º e 8º nesta tabela construída pela negativa. E todos os restantes, excepto Caldas da Rainha, integram a lista dos 100 piores concelhos a este nível: Torres Vedras (21º), Bombarral (38º), Arruda dos Vinhos (72º), Lourinhã (88º), Cadaval (89º), Sobral de Monte Agraço (95º) e Nazaré (98º). Todos eles apresentam igualmente uma variação negativa, o que significa que para cada profissional do centro de saúde há cada vez mais pacientes. Caldas da Rainha surge nesta classificação na posição 128, o que mesmo assim significa que perto de 180 municípios têm melhores índices. No entanto, a média caldense tem melhorado desde 1999. Na altura, para cada profissional do centro de saúde havia 411 habitantes, número que diminui para os 341 até 2012. A este resultado não é alheio o reforço de profissionais nos centros de saúde caldenses, que no mesmo período aumentou de 39 para 50. Esta tabela não será indiferente a outra que aponta Óbidos e Alenquer como municípios onde os habitantes menos procuram o seu centro de saúde. Alenquer aparece na cauda deste índice, na posição 272 entre os 308 municípios do país, com uma média de 1,6 consultas por habitante. Óbidos surge pouco acima, com uma média de 1,8 consultas por habitante. Se no caso de Alenquer não havia uma leitura anterior, em Óbidos o estudo reflecte um decréscimo significativo, já que em 1999 os obidenses tinham ido em média três vezes por ano ao médico de família. Dentro dos 100 concelhos do país com menos consultas por habitante nos centros de saúde surgem ainda Cadaval (1,9 consultas), Sobral de Monte Agraço (1,9 consultas), Peniche (2,2 consultas) e Arruda dos Vinhos (2,3 consultas). Do lado oposto da tabela surge novamente Caldas da Rainha. Os caldenses visitam o médico de família em média 4,2 vezes por ano, o que coloca o concelho em 32.º lugar a nível nacional. Este é um hábito que se tem enraizado junto dos caldenses, que em 1999 iam ao centro de saúde, em média, 3,3 vezes por ano. Também surgem neste top 100 a Nazaré (3,6 consultas), o Bombarral (3,6 consultas) e Alcobaça (3,4 consultas).
HOSPITAL DAS CALDAS DENTRO DA MÉDIA
No que se refere a dados hospitalares, Caldas da Rainha surge de forma frequente numa posição intermédia dos vários índices apresentados pelo Pordata relativos a 2013. O dado mais interessante para a unidade caldense do Centro Hospitalar do Oeste é relativo aos partos. Caldas da Rainha é o 19º concelho do país onde nasceram mais bebés, com um total de 1.470, mais 25 do que na maternidade do hospital de Torres Vedras. Estes dados já são relativos a 2014. Se este número representa um decréscimo em relação a 1999, quando nasceram no hospital caldense 1.531 crianças, existe uma tendência de retoma desde 2012, o que de alguma forma é positivo e surge em contra-ciclo com os dados a nível nacional. Em 2013, no hospital das Caldas foram realizados 86.042 tratamentos, quase mais 2.000 que em 1999. No entanto, o número de tratamentos tem vindo a cair desde 2009, quando foram realizados 152.535. Os números de internamentos e os dias de internamento têm tido um comportamento idêntico ao das urgências. Houve mais internamentos (7.027) e por mais tempo (num total de 38.096 dias) em 2013 do que em 1999, mas desde 2009 estes valores têm decrescido. Subida significativa tiveram as consultas externas no hospital caldense, que entre 1999 e 2013 aumentaram 36,5%, de cerca de 45 mil para 61.350. Já o número de camas mantinha-se idêntico, com 130, menos uma do que em 1999. Chegaram a ser 243 camas em 2009, mas desde então o número tem vindo a decrescer. Caldas era, ainda em 2013, o 63º concelho com melhor rácio de habitantes por médico (306). Em relação às farmácias do concelho, em média cada uma serviu 3.441 habitantes durante 2014, o que coloca Caldas da Rainha em 114º lugar no ranking dos municípios portugueses.


































