Volte atrás
Anuncie
Assine
Login
Actualmente fala-se muito em Saúde Mental e assiste-se a uma preocupação cada vez maior relativamente a esta temática nas crianças e jovens. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o conceito de “Saúde Mental é não só a ausência de doença, mas como uma situação de perfeito bem-estar físico, mental e social, é o estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer face ao stress normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e contribuir para a comunidade em que se inser” (OMS, 2002). Pode-se entender que a saúde tem diferentes dimensões que não só a saúde física. Deste modo, o conceito de saúde não é igual para todas as pessoas, depende do indivíduo, dos contextos económicos, sociais, culturais e políticos, englobando as diferentes dimensões. Existe uma tendência para separar a saúde mental da saúde física, contudo elas são inseparáveis, pois não há saúde física sem saúde mental. Um indivíduo com boa saúde mental sente-se bem consigo e na interação com os outros. Responde positivamente aos desafios e às exigências do meio e da vida diária. Este estado permite à pessoa desempenhar os seus papéis como estudar/trabalhar, relacionar-se com a família e com os amigos de forma saudável. Actualmente e na sociedade em que estamos inseridos, existem cada vez mais perturbações frequentes que “alteram” este estado. Sobretudo nos jovens assistem-se a alguns comportamentos menos funcionais que se caracterizam maioritariamente em: abuso de álcool, estados de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares. A competitividade, a pressão social, a relação com os pares, a relação com os progenitores, os media, promovem por vezes este tipo de comportamentos que alteram o estado mais saudável destes jovens. Enquanto Pais, Educadores e Profissionais das áreas da Educação e Saúde devemos estar atentos aos sinais e sintomas, que as crianças e jovens manifestem,porque só assim poderemos intervir da melhor forma possível. Os sinais e sintomas são alterações que podem ser identificados e percebidos por qualquer pessoa. Podemos considerar o choro fácil, a agressividade, o abuso de álcool, o ganho ou aumento de peso, a automutilação, etc. Os sintomas são considerados subjetivos porque dizem respeito à interpretação da própria pessoa e relaciona-se com o modo como ela valoriza as suas perceções. Muitos sinais e sintomas podem estar presentes em diferentes tipos de perturbações, e nas mais graves, é necessária a intervenção de profissionais especializados. Contudo, um sinal não é sinónimo de uma perturbação mental. Nem todos os jovens que consomem álcool em excesso, desenvolvem uma situação de dependência (alcoolismo); Muitos jovens podem sentir stress nas atividades do dia a dia, mas nem todos desenvolvem problemas como ansiedade e depressão; A tristeza é uma emoção básica. Todos nós podemos estar tristes em alguns momentos ou fases da vida, sentimos desânimo ou frustração, o que é normal. Deixa de ser normal,quando estas emoções e sentimentos persistem, tornando-nos incapazes, e quando compromete de alguma forma a nossa maneira de estar e agir com os outros. Para intervir neste tipo de situações, as redes de apoio formais e informais assumem um papel fundamental. Por um lado a Rede Formal: os profissionais especializados das áreas da Saúde, Educação, Social, e por outro, a Rede Informal: família e amigos. Só com esta Rede, se consegue ajudar eficazmente estes jovens a ultrapassar este tipo de problemáticas. Promover estilos de vida saudáveis, o praticar exercício físico, fazer uma boa alimentação, fazer o nº suficiente de horas de sono, são também boas práticas para uma saúde mental equilibrada. Claro que tudo isto terá de ser complementado com uma educação protectora, baseada em afectos, valores e relações que promovam o sucesso e o crescimento saudável.*Assistente Social: Município de Óbidos
Mestre em Serviço Social com especialização em Bullying
Especializada em Aconselhamento Parental e
Familiar e em Intervenção em Crianças e Jovens em
Risco pelo ISPA.
- publicidade -
