A Diabetes Mellitus é normalmente subdividida em Diabetes tipo 1 (DM1) e Diabetes tipo 2 (DM2). Ambos os tipos têm fatores genéticos, imunológicos e metabólicos em comum, havendo evidência de que a diabetes pode ser uma doença autoimune.
Já é sabido que o nosso estilo de vida influencia a probabilidade de ter diabetes, mas sabe-se agora que não é a única causa. Vários estudos demonstram a relação entre a história familiar de Diabetes Mellitus e o risco de aparecimento de novos casos, tanto de DM1 como de DM2. Temos como exemplo a Suécia, em que 32% dos doentes com DM1 têm na sua família pelo menos uma pessoa com DM2. Assim sendo, percebemos que o desenvolvimento da diabetes acontece pela interação de fatores externos, como a alimentação, a atividade física e o peso corporal, com fatores que nos são intrínsecos, como a genética individual.
A longo prazo, a DM é uma doença com consequências graves ao nível dos vasos sanguíneos, o que lhe confere uma elevada morbilidade, mortalidade e redução da qualidade de vida do doente, o que faz dela um dos principais problemas socio-sanitários do mundo atual.
Estima-se que nos próximos 20 anos, a prevalência da DM passe dos 10% atuais para 20% da população, principalmente a DM2, que representa 90% dos casos de diabetes. Sabendo que os fatores genéticos não são modificáveis e que a DM2 está maioritariamente ligada aos fatores externos como a má alimentação, a falta de atividade física (sedentarismo) e o excesso de peso é nosso papel atuar nestes fatores e prevenir esta doença através da mudança destes hábitos de vida.
Quando o diagnóstico da doença é inevitável, o utente deve ser acompanhado de forma a controlar a progressão da doença e a ter a melhor qualidade de vida possível. Este acompanhamento deve incentivar a prática de atividade física e sobretudo as mudanças necessárias nos hábitos alimentares.
No que toca à alimentação, os hidratos de carbono (HC) são os componentes dos alimentos que se transformam em açúcares, por isso a distribuição dos alimentos ricos nestes macronutrientes pelas várias refeições do dia é essencial para o diabético. Saber quais as quantidades adequadas e mantê-las de dia para dia é igualmente importante. Para tornar este passo mais fácil, é possível aprender a substituir os alimentos ricos em HC uns pelos outros, sem alterar o valor diário recomendado, ou seja, aprender as equivalências de hidratos de carbono. Isto é ainda mais importante nos diabéticos insulinodependentes, pois por exemplo, 1 batata pequena tem os mesmos HC que 2 colheres de arroz ou massa, ou que 3 colheres de grão ou feijão, ou que 6 colheres de ervilhas ou favas, o que significa que estes alimentos se transformam na mesma quantidade de açúcar tendo o mesmo efeito na subida da glicemia e, por isso, administra-se a mesma quantidade de insulina.
Atualmente existem tabelas que incluem equivalências de HC para uma consulta rápida e fácil. Desta forma pode comer-se de tudo, desde que se sigam as quantidades estipuladas de HC diárias recomendadas pelo médico e/ou nutricionista.
Para mais informações, pode consultar www.apdp.pt/ ou a página de facebook do grupo Correia Rosa!
Paulo Coutinho e Ana Benedito
Grupo de Farmácias Rosa, Caldense e Santa Catarina


































