Setor destaca-se pela empregabilidade e pela adaptação da formação às necessidades laborais
Longe vão os tempos em que o ensino profissioal sofria de um certo estigma. Criou-se uma ideia, errada, de que só os alunos com baixas notas seguiam esta via. Atualmente este é um caminho de formação bastante procurado, fruto do bom trabalho desenvolvido ao longo dos anos na área, permitindo aos alunos o acesso a uma via profissionalizante e/ou de acesso ao superior.
O diretor de serviços de formação do Cencal, Pedro Paramos, realça que “este tipo de formação tem de estar em consonância com as necessidades do mundo empresarial” e que, nessa medida, “tem de ser prestada por operadores e instituições que garantam a qualidade e a credibilidade da formação”.
O dirigente defende que essa é única forma de as empresas reconhecerem “as mais valias do sistema de ensino e formação que ao longo dos anos soube evoluir e consolidar-se em termos qualitativos”.
Também Clara Simões, representante da gestão do FOR-MAR – Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar, corrobora esta afirmação do ensino profissional. “Houve uma forte aposta em dotar os centros de formação com equipamentos e meios pedagógicos adequados”, salienta, notando a importância do Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para a Educação e Formação Profissionais. “Atualmente, as entidades empregadoras vêem na formação profissional ministrada uma mais valia para as suas atividades, ao serem dotadas de mão de obra mais especializada e com mais competências”, afirma, notando que, hoje em dia, já “são as próprias empresas a interessarem-se criando respostas formativas mais adequadas às suas necessidades e expetativas”.
O FOR-MAR tem 105 trabalhadores e uma bolsa de formadores com 350 pessoas. Nos últimos cinco anos, o número médio de formandos foi de 5392, tendo-se atingido em 2021 o número mais alto (7283). Nos últimos cinco anos a média de ações de formação realizadas anualmente foi de 380, tendo-se ministrado, em 2021, um total de 540.
No âmbito do PRR, o FOR-MAR viu ser aprovado um financiamento de cerca de 7,5 milhões de euros para a requalificação e modernização de parte dos 12 polos de formação que tem a nível nacional, mas também para a modernização de equipamentos tecnológicos e digitais de apoio à formação e administrativos, para a modernização dos sistemas e redes informáticas e para a conceção e desenvolvimento de conteúdos digitais interativos para formação E-Learning. Por outro lado, permitirá a criação de cursos de formação “para as novas profissões marítimas, com novas qualificações e competências que respondam às exigências atuais das pescas, tráfego local, comércio e em áreas transversais às carreiras de marítimos”. Já no caso do Cencal, o plano de investimentos no âmbito do PRR passa por uma modernização das instalações e equipamentos, em particular nas áreas da cerâmica e do vidro. O projeto prevê o “relançamento de perfis profissionais essenciais para a cerâmica, nomeadamente um Técnico de Laboratório Cerâmico e um Técnico Especialista em Conceção e Desenvolvimento de Produto Cerâmico”. A melhoria das condições do edifício em termos ambientais e energéticos também está prevista.
Em 2021, o Cencal realizou 239 ações de formação, abrangendo 3317 formandos e cerca de 240 mil horas de volume de formação. Conta com 31 funcionários e teve, em 2021, a colaboração de 126 formadores externos. Desde 1985 deu formação a mais de 72 mil pessoas. E estes são apenas dois bons exemplos da afirmação do ensino profissional na região, a que acrescem diversas escolas profissionais de referência.

































