Bibliotecas escolares: Projetos promovem a literacia em Óbidos

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Projeto Ler + Espaço, compreende iniciativas como o Cabeça na Lua, em parceria com Moçambique

Óbidos e Moçambique estão unidos pela leitura e escrita. As bibliotecas escolares do Agrupamento de escolas Josefa de Óbidos, em parceria com a associação Tindzila, sediada em Inharrime, e a biblioteca municipal/Casa José Saramago encontram-se a dinamizar o projeto Cabeça na Lua, poemas para grandes e pequenos. O projeto nasceu durante o Folio, altura em que o coordenador das bibliotecas escolares, Luís Germano, convidou o escritor moçambicano Otildo Guido, vencedor do prémio Fernando Leite Couto, para esta parceria que se concretiza na criação de poemas de jovens dos dois continentes. Já foi submetido um mini livro com cinco poemas, três da escola de Óbidos e dois de Inharrime, na plataforma do Plano Nacional de Leitura. Segue-se agora a edição dos poemas em livro, para apresentar na próxima edição do Folio, a decorrer de 6 a 16 de outubro.
Integram o projeto Ler + Espaço a biblioteca da Josefa de Óbidos e a da escola básica do Furadouro. Já foi dinamizado o desfile do Cabo Carnaval, num trocadilho com o centro espacial e rampa de lançamento de foguetões, situado na Florida, Cabo Canaveral. Este resultou do desafio ao agrupamento para a criação de máscaras de Carnaval a partir do tema Espaço. A escola básica do Furadouro respondeu com extraterrestres, espantalhos cibernéticos astronautas e recados do mundo. Também no Furadouro foi recriada uma horta simulando as condições do planeta Marte e relacionando as ciências naturais. O nome do projeto, claro está, é Horta em Marte.

Impacto na escola e comunidade
Em termos de projetos relacionados com a promoção da leitura e literacia, as bibliotecas escolares começaram com o projeto Ler + +, que mobilizou alunos e professores. Depois “aventuraram-se” a um projeto a 3 anos, do Movimento 14-20 a Ler – que teve o nome Ler Óbidos, que teve a Gazeta das Caldas como parceiro e envolveu cerca de 900 alunos. Com este projeto, apoiado pelo Plano Nacional de Leitura, conseguiram ainda financiamento para comprar 306 livros. “Foi um projeto global muito pertinente, pela duração e pelas parcerias, e com muito impacto na escola e na comunidade”, explicou Luís Germano, coordenador das bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos. Foi no âmbito do Ler Óbidos que foram criadas iniciativas como o espetáculo Tens é Garganta – Só se pode ser poema no Outono, exposições, oficinas e outros trabalhos dos alunos. O projeto termina este ano letivo e, aproveitando algumas dinâmicas, a biblioteca escolar candidatou-se ao Movimento 14-20 a Ler, tendo sido uma das 10 selecionadas a nível nacional.
“Nestes projetos tem existido sempre um concurso sobre determinadas temáticas, os miúdos de alguma forma estão a habituar-se a esta dinâmica”, refere o responsável, fazendo notar que este é um caminho que está a dar frutos. Para além das candidaturas nacionais, que têm feito e têm sido aprovadas, são ainda dinamizados outros projetos, como é o caso do 10 Minutos a Ler. Este consiste na leitura, por parte dos alunos da turma, de uma obra, todos os dias durante 10 minutos, em determinada aula. Integra 32 turmas do agrupamento, desde o primeiro ciclo ao ensino secundário.
Existem também dois clubes de leitura na escola e o projeto Leitura em Vai e Vem, que tem por objetivo fomentar nos mais novos o gosto pela leitura. “Estes três programas, sobretudo o 10 Minutos a Ler, tem tido muito impacto e é o exemplo de que as coisas só se conseguem se houver o apoio das direções no sentido de dar suporte a estas medidas”, realçou Luís Germano.

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Requalificação da biblioteca escolar
A escola básica e secundária Josefa de Óbidos viu também aprovada a candidatura a um projeto de dois anos da Rede de Bibliotecas Escolares, denominado Recriar a Biblioteca. Esta prevê a requalificação e reorganização das áreas de trabalho da biblioteca escolar, recentrando e adequando esses espaços a um novo perfil de biblioteca, assente no apoio à criação e desenvolvimento de projetos dos alunos, com forte incidência no “fazer”. Começou este ano letivo e já foram dinamizadas algumas oficinas e estão a programar outras por altura do Folio. A proximidade do agrupamento com o Festival de Literatura Internacional de Óbidos vem sendo aliás, crescente. “Tem sido muito relevante porque o festival tem impacto e dá-nos esse suporte quando queremos apresentar os projetos e, por outro lado, também nos permite fazer outras coisas”, salientou Luís Germano. O ano passado tiveram várias oficinas no decorrer do festival, como foi o caso de Como Escrever Letras para Canções, com Tiago Torres da Silva, a construção de poemas e aulas abertas.
Ainda no âmbito do Recriar a Biblioteca têm o Espaço 3R’s, composto por oficinas onde é feita a reciclagem e reutilização de materiais, inclusive de dinamização de atividades manuais. Entre os objetivos estão a reutilização e reparação de pequenos eletrodomésticos e brinquedos óticos, execução de pequeno mobiliário em madeira, exploração de materiais plásticos e pequenas esculturas. As oficinas formativas, a dinamizar em parceria com a associação de pais e associação de estudantes, visam ainda a execução de caixas eletrónicas sonoras.
Outro dos projetos em desenvolvimento é a Biblioteca Verde, localizada no espaço exterior à biblioteca da Josefa de Óbidos, para a qual apresentaram um pedido de mecenato para mobiliário e equipamento para equipar aquela zona. Ali serão desenvolvidas iniciativas que aliam a microprodução, ambiente e ciência, numa articulação curricular e também de lazer.
O projeto Recriar a Biblioteca integra ainda o Espaço Mesa de Luz, onde uma aluna já está a produzir um podcast e a atividade Tens é Garganta, que contempla a leitura em voz alta e um audiobook.
O Agrupamento de escolas de Óbidos engloba as bibliotecas escolares da Escola Básica do Alvito, da Escola Básica dos Arcos, da Escola Básica do Furadouro e da Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos. Têm por missão desenvolver nos estudantes competências para a aprendizagem ao longo da vida, priveligiando a imaginação e o sentido crítico, permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis. Preconiza o ensino-aprendizagem para todos e nesse sentido institui-se como uma referência dos valores democráticos.

O Espaço é mote para as iniciativas que são promovidas pela biblioteca
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