Aposta na onda em Peniche começou há mais de duas décadas

0
426
Iniciativa da Câmara de Peniche recebeu acolhimento de várias entidades ao longo dos anos

Mundial de surf chegou ao concelho em 2009, mas aposta estratégica foi lançada antes

Há relatos da presença de surfistas estrangeiros no Baleal desde a década de 1960, mas só em 1977 o concelho recebe a primeira prova de cariz competitivo: o I Torneio Internacional de Surf, com vitória do norte-americano Bruce Palmer. Mas seria apenas no início do novo milénio que, em definitivo, Peniche se afirmará como a capital da onda, numa estratégia desencadeada pelo então presidente da Câmara, António José Correia, também ele um apaixonado dos desportos de mar.
A realização da etapa do Mundial de Surf, em 2009, consolida a marca “Capital da onda”, que dá a Peniche uma visibilidade internacional que lhe permite atrair milhares de surfistas de vários pontos do planeta, atraídos pelas condições naturais da costa do concelho e pela variabilidade das ondas.
Ainda em 2009, a autarquia lançou um “Guia de Surf”, no qual apresentava as treze praias do concelho com condições para a prática das várias modalidades de desportos de mar: Almagreira, Cantinho da Baía, Cerro, Consolação, Cova da Alfarroba, Marques Neves, Molhe Leste, Lagide, Papoa, Pico da Mota, Porto Batel, Praínha e Supertubos. Esse trabalho permitiu caracterizar cada um dos spots de surf de uma costa que tem condições únicas para a iniciação do surf, mas também para quem já é experiente.
Nos anos seguintes, a associação à World Surf League e a outras entidades permite a Peniche continuar a receber etapas do Mundial de Surf, mas também outros eventos, que confirmam o potencial da onda na região, um impacto também alavancado pela onda gigante da Nazaré, fenómeno que está agora a cumprir uma década e que afirmou o Oeste no contexto do turismo de surf.
É difícil avaliar os impactos económicos, diretos e indiretos, do turismo de surf, mas, para além dos efeitos no tecido empresarial e na ativação da economia em épocas chamadas baixas, há outro aspeto a relevar: a consciencialização ambiental, dado que os surfistas manifestam grandes preocupações com o meio-ambiente e procuram servir de exemplo para as comunidades. Ou seja, além das vantagens da prática desportiva, a economia local também tem muito a ganhar com o surf. ■

- publicidade -