Os alunos do pré-escolar e dos 3º e 4º anos do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó (Bombarral) criaram um festival de curtas metragens (realizadas pelos próprios alunos) para ajudar os animais abandonados do concelho. Gazeta das Caldas acompanhou a primeira sessão, que rendeu em donativos perto de 60 quilos de ração para a associação Amigo Fiel. Na segunda os donativos seguiam para a Bom Gato.
Os alunos do pré-escolar e 3º e 4º anos do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó decidiram criar um festival de curtas metragens para ajudar os animais abandonados do concelho. Cada turma escolheu um tema, realizou uma curta e ensaiou uma canção.
Depois, as crianças com idades entre os três e os 11 anos, convidaram os familiares a assistir e a levar ração para os amigos de quatro patas para ‘pagar’ a entrada na sessão.
Gazeta das Caldas acompanhou a primeira de duas sessões, que se realizou no dia 25 de Maio. Cerca de 100 pessoas marcaram presença no auditório da escola sede.
Foram recolhidos perto de 60 quilos de ração que foram doados à associação Amigo Fiél. Criada em 2001, esta associação tem actualmente cerca de 60 cães para adopção. Para angariar fundos organizam eventos como caminhadas, uma feira do livro anual e participam na feira do vinho e da pêra rocha.
Como era antigamente?
“Crianças com ideias” era o nome da curta do 3ºB e 3ºC. Traçava as diferenças entre o antigamente e o hoje. Como era torrar pão? “Na brasa!”, exclama um aluno. Então e a comida antigamente, como era? “Era caseira e mais saudável”, diz outro. E namorar? “Era à janela, também com os lenços que caíam e a enviar cartas, hoje é ir ao restaurante e dar flores”.
Então e brincar, como se brincava? “As brincadeiras podiam ser um bocadinho chatas…”, diz um, enquanto outro ‘listava’ os jogos antigos: a macaca, a apanhada e atirava-se pedras. “Eram mais colectivas”. Hoje as brincadeiras são “mais divertidas e também mais tecnológicas, porque há tablets, telemóveis e computadores”.
Já a escola do antigamente “não era tão boa pois estava mais estragada e era mais velha”. Além disso, acrescenta outro, “os professores batiam e haviam menos diversões no recreio”. Há ainda uma aluna que afirma não compreender “porque é que havia uma escola só para as meninas e outra só para os meninos”. Hoje a escola “é muito melhor, os professores não batem, está bem construída, mas as matérias são mais difíceis”.
Antes de apresentarem a curta, os alunos do 3ºB e 3ºC entoaram a “Canção de Embalar” de Zeca Afonso.
Músicas coreografadas
Depois de ter sido apresentada uma curta sobre uma acção dos Bombeiros com os alunos do1º ciclo e de todo o 4º ano ter cantado “Eu perdi o dó da minha viola”, com uma coreografia, o 4º E e o 4ºF cantaram “Gosto de Flores” e apresentaram “A história do Homem Goma”, que um dia comeu um meteorito que ia colidir com a terra.
O 4ºC e o 4ºD cantaram “Eu Sei” de Sara Tavares e a curta contava a história do vinho ao longo do tempo. O 4º A e 4ºB cantaram “Não dá” dos D.A.M.A. e realizaram uma curta que era um festival de bandas. “Tons da música” era o nome do concurso que foi ganho pela banda de hip-hop “Os Sanguinários”.
Todos os alunos do terceiro ano cantaram “A Machadinha” com o ritmo do “We will rock you” dos Queen.
O 3ºA cantou “Amar pelos dois” de Salvador Sobral. O filme era “A Feira Magilouca”, que simulava um mercado. O 3ºD realizou “A Quinta da Amizade”, onde todos os animais se dão bem, depois de cantar “O Som das Notas é Magia”.
A Escola Básica do Pó, apesar de os alunos não terem estado presentes, fez uma curta intitulada “Somos todos iguais”, onde se davam a conhecer as diferentes nacionalidades que compõem a turma, salientando as diferenças para afirmar a igualdade.
No fim, os alunos chamaram os familiares que ainda estavam no auditório para cantarem e dançarem juntos.
Esta iniciativa integrou o projecto Educarte e teve a coordenação de Cláudia Silvestre, da Associação Tempos Brilhantes.
A segunda sessão realizou-se a 31 de Maio, já após o fecho desta edição, e os donativos foram encaminhados para a associação Bom Gato.
“Houve aqui uma união”
Leonor Sousa, do 3º ano, participou na “Feira Magilouca”. “Gostei de participar, não foi difícil porque as falas eram fáceis”, disse à Gazeta das Caldas. Na curta metragem fizeram “palhaçadas, que é o que fazemos todos os dias e já não é preciso treinar”, gracejou.
A mãe, Sofia Ferreira, gostou muito da iniciativa: “dei os parabéns aos professores pelo empenho e pelo trabalho, que é difícil. Houve aqui uma união”.
A terminar salientou a importância de ajudar a causa animal. “É um trabalho de grande valor, que é de louvar e acho que deveria haver uma maior consciência em relação a isso”, disse.
Já Ana Paula Martins e Mariana Lé, da Associação Amigo Fiél, agradeceram a ajuda. “Foi muito agradável saber que pensam nos nossos meninos”, disse Ana Paula Martins.
Mariana Lé convidou os presentes a conhecerem os amigos de quatro patas que estão nas instalações da associação. “Podem brincar com eles, passeá-los, escová-los, dar-lhes banho”, disse.



































