São mais baratas e a sua construção também é mais rápida. Mas há ainda muita desconfiança entre os consumidores
A procura pela construção de uma casa modular em alternativa ao método tradicional de construção civil em Portugal tem vindo, timidamente, a crescer e a ser uma opção para quem quer contruir uma casa.
As opções que estão no mercado quase em nada se comparam com o que era oferecido há uma década, pois a qualidade dos projetos e dos materiais de construção é agora muito melhor, sendo garantida uma durabilidade das habitações equivalente às habitações contruídas pelo método clássico, ou seja, entre 50 a 70 anos. Os materiais utilizados são certificados, face ao avanço técnico conseguido sobretudo na última década, pelo que a qualidade do resultado final está assegurada pelos construtores.
As duas grandes vantagens para quem optar pela construção de uma casa modelar reside no tempo e no preço. Por exemplo, uma moradia T3 pode demorar a contruir entre seis a oito meses, enquanto que no método tradicional pode chegar a dois anos. O que se reflete também no preço final, porque, dependendo dos materiais utilizados, pode ficar cerca de 20% mais barata que pelo processo clássico. Numa habitação de 150 a 200 mil euros, acaba por ser uma soma ainda considerável. É também, do ponto de vista ecológico, uma melhor opção, porque como se trata de uma “construção seca”, não produz tanto lixo que é característico de uma obra de construção civil. É que os materiais utilizados são preparados noutro local – numa fábrica ou estaleiro – e são aplicados no local da obra.
Contudo, há ainda um grande caminho a percorrer no país por esta opção construtiva, fundamentalmente pela falta de informação e também pelo preconceito ainda existente em alguns sectores da construção civil. Paulatinamente tem vindo a crescer o número de empresas que oferecem ao consumidor a opção de construir a sua casa modelar, com projetos de arquitetura modernos e atraentes, bem diferentes das antigas casas de módulos contruídas há várias décadas. Se a equipa multidisciplinar na obra for coesa, o tempo de construção é muito curto.
A empresa DesenhOeste, Lda, da Lourinhã, tem vindo a apostar neste segmento de mercado, que tem vindo a crescer nos últimos anos. Segundo o empresário Rui Magalhães, “tem havido procura crescente desta opção construtiva na nossa região, mas ainda não é em grande quantidade, porque as pessoas ainda desconfiam um pouco dos métodos utilizados”. Daí que considera que se trata de uma questão de tempo, “até as pessoas ganharem confiança depois de verem casas já existentes através deste método”. Os materiais de acabamento utilizados são habitualmente os mesmos que os utilizados na construção tradicional, ao invés, por exemplo, ao que acontece nos Estados Unidos da América ou em países da Europa Central.
Um grande senão para quem quiser optar pela construção de uma casa modular terá de se acautelar se precisar de recorrer ao crédito bancário. É que os bancos são renitentes a financiar estas habitações e, os que o fazem, aplicam habitualmente uma taxa superior ao praticado com a construção tradicional. Segundo Rui Magalhães, também as entidades bancárias devem abandonar esta “desconfiança”, porque estamos perante “projetos feitos por profissionais, devidamente licenciados pelas câmaras municipais e que recorrem a materiais certificados, que confere à estrutura habitacional uma grande durabilidade e que oferece todas as garantias”. Sublinha, a este propósito, que são construções que “obedecem a cálculos e a tudo o que tem uma casa tradicional portuguesa, sejam estruturas em madeira, metálica ou de betão”, incluindo as componentes térmica e acústica, através do acompanhamento por técnicos certificados. “Não percebo porque a banca não aplica os mesmos requisitos na atribuição do crédito ao consumidor”, refere, concluindo que se trata, apenas e só, de “preconceito” da parte da banca.
Quem procurm casas modulares são, sobretudo, casais jovens, onde a poupança do dinheiro a despender é um importante fator decisivo devido à capacidade económica. E, ainda, os empresários do setor turístico, onde o tempo de construção, por ser muito mais curto, permite que as habitações possam mais rapidamente ser ocupadas e, deste modo, começa mais cedo o retorno do investimento.

































