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Durante os primeiros 6 meses, o ideal é que a criança se alimente exclusivamente de leite materno, sendo que a mãe deverá ter uma alimentação rica em nutrientes para que estes sejam passados para o bebé. A mãe deverá ter cuidados redobrados com a sua alimentação de modo a evitar alergias e cólicas no seu bebé, muitas vezes associadas à habituação do intestino a novos alimentos. Para além disso, deverá ainda consumir muita água para que consiga produzir o leite necessário para a criança.
A partir do momento em que a criança começa a se alimentar de sólidos (inserção da papa/sopa), devemos inserir um legume novo a cada três dias para se poder avaliar as alergias que possam surgir. A sopa deverá ser o mais consistente possível e a esta altura já se pode introduzir também a fruta, sendo que, a nosso ver, deverá ser servida passada/triturada na hora e não cozida, para que mantenha todas as vitaminas e nutrientes inerentes a cada peça. Tendo isto em conta, consideramos que a fruta deve ser servida crua, uma vez que ao cozer esta torna-se extremamente doce devido à transformação que sofre durante a cozedura, isto é, a frutose transforma-se rapidamente em sacarose, retirando os nutrientes mais preciosos das nossas peças de fruta.
A partir do momento em que aparece a primeira dentição a criança começa a estar preparada para a mastigação (pela nossa experiência, às vezes até antes disso). Por isso mesmo devemos introduzir os alimentos sólidos o mais cedo possível, de forma isolada para que a criança vá experimentando os sabores e assim descobrir o que mais lhe dá prazer.
A criança deve iniciar, então, primeiro os legumes, estando em primeiro lugar a batata, de preferência doce, a courgette, a cenoura e a abóbora, visto serem legumes pouco invasivos para o seu sistema digestivo. Posteriormente devemos introduzir hortícolas começando pelo alho francês, os brócolos e a couve-branca, inserindo uma hortícola de cada vez. Deveremos fazer isto sucessivamente até que o bebé tenha explorado e experimentado todos os legumes.
No que concerne às peças de fruta, achamos que se deve dar um pouco de tudo, contudo é importante deixarmos os frutos vermelhos e os citrinos para depois do primeiro ano de idade, uma vez que por terem componentes mais ácidos são, consequentemente, mais agressivos para o sistema digestivo da criança.
Ao lanche, a criança pode começar a explorar os cereais e existem, para isso, galetes sem sal feitas de arroz, milho, sementes de chia e outras que muitas vezes podem substituir o pão e que são bastante agradáveis para a criança na sua fase inicial da alimentação, bem como para ajudar quando os seus dentes estão a romper.
Em relação à carne, consideramos que esta deve ser introduzida após se ter dado todo o leque de legumes e deve iniciar-se com carnes brancas: galinha, coelho, pato, carne de caça (rica em vitamina B12) como o faisão, perdiz e codorniz. Estas carnes são mais saudáveis e são melhores para a digestão. Desta forma, deve-se deixar as carnes vermelhas para o fim, dando como exemplo a carne de porco para apenas depois de 1 ano de idade.
O peixe é o último alimento a ser introduzido e também se deve começar pelos peixes mais brancos, nomeadamente a pescada, o robalo e a dourada; peixes com pouca espinha para evitar engasgamentos.
Tudo isto é introduzido, primeiramente, juntamente com a sopa, mas assim que possível deve ser separado e dado como segundo prato. Considerando a nossa experiência como educadoras, achamos preferível que quando se começa a dar o segundo prato separado, este deve ser dado em primazia à sopa, ou seja, a carne e/ou o peixe em separado com conduto de legumes inteiros, massa ou batata em primeiro lugar e só depois a sopa, estando por último a fruta (passada ou inteira, consoante a idade da criança). Desta forma, ao iniciarmos a refeição com o segundo prato nos primeiros tempos, a criança estará mais predisposta para a mastigação uma vez que está com fome.
Na nossa opinião e tendo em conta a nossa experiência profissional, a alimentação da criança após ter explorado os alimentos iniciais deverá ser o mais variada possível, tendo todos os dias alimentos que passem pela tão conhecida Roda dos Alimentos, incluindo o mais possível a água, não a substituindo por sumos ou chás, sendo que estes poderão ser dados à criança mas de forma esporádica.
Educadora Ana Sábio e Educadora Vanessa Silva
Creche Familiar
