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Maria Romana Salazar
médica
A saúde oral tem implicações sistémicas, tornando-se imperativo não descurar a preservação e saúde dos nossos dentes. Uma boca saudável tem influência na alimentação, fala e até na socialização. Existe em Portugal o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral que presta cuidados personalizados, preventivos e curativos. Apesar de vulgarmente o cheque-dentista ser associado às crianças, existem outros grupos populacionais englobados neste Programa, como as grávidas acompanhadas no Serviço Nacional de Saúde (até 3 cheques/gravidez), beneficiários do complemento solidário para idosos (até 2 cheques/ano), utentes HIV/SIDA (até 6 cheques) e pessoas com lesões sugestivas de cancro oral.
Nas crianças em meio escolar da rede pública e instituições particulares de solidariedade social, com idades entre os 3 e os 6 anos, o cheque-dentista é emitido pelo seu Médico de Família na consulta de Saúde Infantil e Juvenil, para tratamento de cáries ou doença infecciosa urgente (1 cheque/ano).
Aos 7 e aos 10 anos, tal como aos 13 anos, o cheque é entregue na escola, tendo como propósito o tratamento de todas as cáries nos dentes permanentes e aplicação de selantes (até 2 e 3 cheques/ano letivo, respetivamente).
Entre os 15 e 16 anos o objetivo é o tratamento de cáries e reaplicação de selantes não íntegros ou a realização de consulta de revisão e educação para a saúde. O usofruto deste cheque-dentista implica a utilização do emitido previamente, aos 13 anos.
Nas idades intermédias poderá ser emitido pelo seu Médico de Família um cheque por ano, para tratamento de cáries nos dentes permanentes, implicando a utilização dos cheques entregues anteriormente.
Caberá ao utente escolher o estomatologista/médico dentista que o irá consultar, com base na lista de profissionais aderentes. A criação de hábitos de higiene oral adequados, a prevenção de doenças da cavidade oral e o seu tratamento precoce, são gestos simples que merecem a nossa atenção para uma vida mais sorridente. ■
