Por estes dias, surgiu mais uma notícia a propósito das viagens de finalistas, que choca pais, professores e alunos. A questão decorrente é simples – porquê? Porquê tantos excessos? Numa era em que os adolescentes têm acesso a tudo nos locais que frequentam, o que será que os move de forma a conduzir a comportamentos que eles próprios consideram exagerados?
A adolescência não é de todo um periodo fácil. Nestas viagens, num curto espaço de tempo, o cenário familiar muda por completo, e com ele vem uma explosão de adrenalina, associada à possibilidade de afirmação da identidade e independência. Por mais avisados e previnidos, surgem sempre surpresas. Trata-se da fase em que as indicações dos pais são postas em causa e é exigido tudo o que querem (ou pensam que querem), desobedecendo com gosto às ordens que até então eram acatadas.
Passam a ter uma “vida privada” que exigem ser respeitada, continuando a exigir, sem qualquer cerimónia, tempo, atenção (e dinheiro) dos pais, como sua obrigação – não tens nada a ver com a minha vida mas tens obrigação de me sustentar, vestir, calçar, transportar… O “podes?” é substituido pelo “eu quero!”, e “quero agora!”. É verdade que os adolescentes precisam de experimentar sozinhos os perigos deste novo mundo e os pais não os podem substituir nesta fase, faz parte do crescimento – mas não a qualquer custo!
Estabelecer limites é fundamental – o espirito contestatário faz parte e não é saudável se não surgir. Esta vontade firme de se afirmar deve ser “exercitada” com os pais em primeira instância que deverão funcionar como “baliza”, indicando claramente até onde podem ir, marcando bem o limite – daqui não deves passar, explicando porquê. Firmeza é fundamental, os pais não podem nunca perder a autoridade (não confundir com autoritarismo) nem mesmo experimentar uma troca de papéis – quem é o pai afinal? O adolescente precisa, mais do que nunca, de um ambiente forte e estável para se apoiar… mesmo que seja contestado!
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