Em apenas duas horas, o grupo de 15 pessoas apanhou cerca de dez mil beatas de cigarro nas ruas do centro da cidade e procurou sensibilizar a população através da distribuição de panfletos e de cinzeiros portáteis
Caça à Beata foi a proposta para a manhã do passado sábado, 21 de maio. Um total de 15 pessoas de diferentes gerações, com participantes entre os dois anos e meio e as 60 primaveras, juntaram-se na Rua Leão Azedo, perto do terminal rodoviário das Caldas, para apanhar beatas de cigarro do chão.
De luvas calçadas, uma pinça numa das mãos, para agarrar as beatas, e um garrafão de água vazio na outra, para colocar as beatas recolhidas, os voluntários metem-se de imediato ao caminho.
Em cerca de duas horas o grupo apanhou um total de 20 litros de beatas (que se estima que sejam cerca de 10 mil beatas) e foi esclarecendo os mais curiosos que lhes perguntavam que ação era esta e o que andavam por ali a fazer. Durante a ação também foram distribuídos cinzeiros portáteis e folhetos de sensibilização ambiental aos transeuntes, aproveitando o movimento no centro da cidade na manhã de sábado.
Esta iniciativa foi organizada pela @ecodogswalk, movimento criado em 2001 que propõe, como o nome indica, que enquanto se passeia o cão, se aproveite para recolher lixo. A francesa Veronique Tomaz é uma das fundadoras do grupo informal, que nasceu quando vivia em Queluz e, ao passear o seu Dali, se apercebeu da quantidade de lixo que ia encontrando no chão. Quando veio viver para as Caldas da Rainha, há cerca de seis anos, Veronique trouxe o conceito para a cidade termal.
Além das pessoas que, ao passear o cão apanham o lixo do chão, o grupo conta com uma série de membros que partilham com Veronique as preocupações ambientais e ecológicas.
Em 2019 iniciaram contatos com as instituições ligadas ao bem-estar animal nas Caldas para estabelecer uma parceria, mas o projeto ficou em “standby” pela pandemia.
Esta ação de limpeza das beatas contou com a colaboração do movimento Caldas Sempre Limpa e da União de Freguesias de N. Sra. Pópulo, Coto e São Gregório, que se fez representar pelo seu presidente, Pedro Brás. O autarca foi dos primeiros a calçar as luvas e a meter-se ao trabalho para apanhar do chão este resíduo tão abundante e com tantas substâncias tóxicas, mas que pode ser reciclado e ganhar uma nova vida, na forma de tijolos, de papel ou de pranchas de surf.
Para os próximos meses o grupo informal já tem prevista a realização de novas ações de limpeza das ruas da cidade. ■































