Auto-intitulam-se engenheiros e prometem animar as crianças que se encontram internadas na Pediatria do hospital das Caldas da Rainha. Patrícia Pereira, ou a engenheira da Fantasia, coordena o grupo de uma dezena de voluntários, todos animadores, que duas vezes por semana irão dispor do seu tempo para alegrar e tornar menos difícil a estadia dos mais novos naquela unidade de saúde.
De acordo com Patrícia Pereira, voluntária e animadora sociocultural, apesar de serem uma equipa, todos os colaboradores vão trabalhar de forma individual pois cada personagem tem uma tarefa a realizar com as crianças. Por exemplo, Tiago Pereira é o “engenheiro” da música e vai trabalhar os sons e os instrumentos musicais com os mais novos.
“Vamos tentar adequar o mais possível o nosso personagem à disponibilidade da criança, na sala de convívio ou directamente no quarto, tentando minorar a sua estadia no hospital”, explica Patrícia Pereira.
Dália Oliveira, vogal executiva da administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), deu as boas vindas aos voluntários, no passado dia 21 de Setembro. Considera que se trata de uma iniciativa muito importante para as crianças e destaca o envolvimento da sociedade civil com aquele estabelecimento de saúde.
A actividade nasceu de uma parceria entre a Liga de Amigos do CHON e o Núcleo de Formação Pessoal e Cidadania da Escola Secundária Raul Proença, que integra o projecto de voluntariado.
Este projecto, lançado em Maio pela professora Lina Nicolau, envolve alunos, professores, funcionários e encarregados de educação. “A ideia é fazer uma aproximação entre a escola e a comunidade”, explicou a responsável, que já estabeleceu parcerias com diversas instituições das Caldas, para onde os jovens foram fazer voluntariado.
Outro dos objectivos passa pela possibilidade de terem uma experiência próxima das suas áreas de interesse, para “descobrir se é ali que querem investir, se os cursos que pensam tirar tem a ver com o que a realidade ou não”, acrescentou.
Na actividade que está a ser dinamizada no hospital, participam jovens que frequentam o curso de animação sociocultural, outros que já são animadores, funcionários da secretária da Escola Raul Proença e um guarda prisional.
“Percebemos que a comunidade está muito receptiva e a precisar desta aproximação”, afirma Lina Nicolau, destacando que nunca recebeu nenhuma recusa desde o início do projecto, que conta já com a integração de cerca de 30 jovens em instituições da cidade.
Com o início do ano lectivo está a ser feita uma reestruturação do projecto, que tem muita procura. “Os miúdos querem ser úteis no tempo que têm disponível”, garante a docente.
Também Joaquim Urbano, presidente da Liga de Amigos CHON, destacou que tem havido uma “relação muito forte” entre esta entidade e a escola Raul Proença, de tal forma que o centro hospitalar está representado no seu conselho geral.






























