Vive no Oeste a quarta maior comunidade francesa do país

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Jean François BlareO embaixador francês, Jean-François Blarel, esteve nas Caldas a 24 de Fevereiro, onde contactou com empresários locais e a comunidade francesa que escolheu o Oeste para viver.
Segundo o diplomata, esta região acolhe a quarta maior comunidade de franceses em Portugal que deverá aproximar-se das mil pessoas.

Depois de Lisboa, Porto e Algarve, a região Oeste possui a maior comunidade de franceses a viver em Portugal, segundo o embaixador, Jean-François Blarel.
Ao todo serão cerca de mil pessoas as que escolheram esta zona do país para habitar, mas “é muito difícil de quantificar já que se tem registado um aumento da chegada de compatriotas a Portugal”, disse o embaixador. Ao todo, vivem 50 mil franceses no país. Estes optam por  terras lusas para viver as suas reformas pois tiram partido “de um nível de vida mais favorável do que há em França”, disse o diplomata. Para Blarel, Portugal está na moda e hoje os franceses conhecem muito melhor este destino. Além do mais para os reformados um país interessante do “ponto de vista da vivência do quotidiano e a nível fiscal”.
Mas há também jovens franceses que escolhem terras lusas para criar uma pequena empresa, um restaurante, ou até uma pequena loja de produtos franceses. “Hoje as novas tecnologias permitem abrir start ups de uma forma muito mais acessível”, comentou o embaixador.
Antes da crise, as empresas francesas com negócios em Portugal enviavam funcionários  seus, mas isso agora acontece cada vez menos. “Hoje contratam-se portugueses pois têm a formação necessária, conhecem bem o seu país e podem aprender o francês”, disse.
O embaixador sublinhou que hoje em dia a emigração portuguesa para França é bem diferente da de há umas décadas atrás. Nos anos 60 e 70 chegavam além Pirenéus muitos portugueses que eram pobres  e que trabalharam no duro. Outros jovens queriam fugir à guerra colonial. “Hoje, a maioria dos jovens são muito qualificados e partem porque não conseguem trabalho no seu país”, referiu Blarel, acrescentando que 30% de desemprego jovem em Portugal  é uma percentagem “assustadoramente elevada”.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, acompanhou a visita do diplomata e referiu com satisfação que esta zona tem sido escolhida por franceses para primeira e segunda habitação. As pessoas que aqui vivem pertencem “a uma comunidade cultural evoluída, participam nas actividades do município, pretendem integrar-se e aprendem português”, disse o edil.
Autarca e embaixador assistiram a aulas que decorriam na Alliance Française e constataram que quem estava a aprender francês eram pessoas da área da construção, do imobiliário e do sector hoteleiro que trabalham no Oeste. As três pessoas sentiram necessidade de aprender a língua para melhor comunicar com os clientes franceses que vivem ou procuram a região Oeste.

Franceses e empresários locais

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Durante a recepção ao embaixador, Tinta Ferreira referiu “a proximidade e envolvência turística das Caldas com Óbidos, Alcobaça, Nazaré” e que a esta se juntarão “as termas e a reafirmação da tradição cerâmica e criativa da cidade, nomeadamente através de uma candidatura à Unesco”. O embaixador contactou também com alguns empresários locais e com o empresário francês Stéphane Fouqué, radicado há 12 anos nas Caldas da Rainha, proprietário do hipermercado E. Leclerc.
No encontro esteve também António Júlio, do Grupo Auto Júlio SA, Joaquim Beato, da Molde, e  Ana Maria Carneiro Pacheco, presidente da AIRO. Esta última deixou o desafio às empresas francesas para que estas “conheçam melhor o nosso tecido empresarial” pois “há condições de investimento”.
Jean-François Blarel agradeceu a cordialidade com que foi recebido e frisou que “para um diplomata é muito importante conhecer outras  comunidades e as suas actividades económicas”.
Do programa faz ainda parte  uma visita à Fábrica Bordallo Pinheiro e ao seu museu e um encontro com a comunidade francesa que teve lugar na Galeria Osíris, nos Paços do Concelho.

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