As eleições para o Parlamento Europeu que decorreram em Portugal no passado domingo, foram marcados pela abstenção, tendo em Portugal o PS ganho, mas por uma margem de menos de 4%. Enquanto os socialistas obtiveram 31,47%, a Aliança Portugal teve 27,71% deixando o PSD e CDS/PP com um dos seus piores resultados eleitorais. Votações mais afirmativas foram obtidas pela CDU (PCP+PEV) com 12,68% e o Movimento Partido da Terra, encabeçado por Marinho e Pinto, com 7,14%. O Bloco de Esquerda, em contra-ciclo, continua a cair tendo obtido apenas 4,56% muito aquém dos resultados obtidos em 2009.
Nas Caldas da Rainha foi a Aliança Portugal que ganhou, enquanto que em Óbidos a vitória coube ao PS. Tanto no distrito de Leiria como na Região Oeste também coube à AP a vitória.
Nos restantes 27 países da Europa os resultados foram, em muitos casos surpreendentes, com as votações substanciais em partidos e candidatos marginais e radicais. Estimava-se contudo que o PPE (Partido Popular Europeu), que elegeu 211 deputados, tenha uma ligeira maioria em relação ao PSE (Partido Socialista Europeu) que passou a contar com 193 num total de 751 eleitos. Seguem-se os liberais com 74 eleitos, os Verdes com 58 deputados e a esquerda radical com 47 lugares. Os eurocépticos, divididos por várias tendências, reúnem cerca de 130 eurodeputados.
As eleições para o Parlamento Europeu que decorreram em Portugal no passado domingo, deixaram resultados confusos e que definem tendência controversa para o próximo acto eleitoral para o parlamento nacional em 2015.
Contra a expectativa, mesmo criada no final do próprio dia com sondagens à boca da urna, o PS ganhou as eleições por uma margem de menos de 4%, ou seja, obteve 31,47% dos votos expressos, contra 27,71% da Aliança Portugal, que reunia PSD e CDS/PP. Com estes resultados, o PS conseguiu eleger oito eurodeputados e a AP sete.
Votações mais afirmativas teve a CDU (PCP+PEV) que conseguiu 12,68% e o Movimento Partido da Terra, que surpreendentemente, na sequência de uma campanha muito afirmativa do seu cabeça de lista, Marinho e Pinto, obteve 7,14% dos votos expressos. O PCP elegeu tres eurodeputados, enquanto que o MPT passou a ter dois eurodeputados em Bruxelas.
O Bloco de Esquerda continua a cair nas eleições, tendo obtido no domingo apenas 4,56% muito aquém dos resultados obtidos em 2009 para o Parlamento Europeu, em que conseguiu eleger tres eurodeputados.
Transversal a todos estes resultados foi a elevada taxa de abstenção que atingiu este 66% dos eleitores. Ou seja: em cada três eleitores dois ficaram em casa. Também os votos em branco e nulos, respectivamente 4,4% e 3,06%, continuam a emergir nestas eleições, decorrendo da recusa de muitos eleitores em votarem nos partidos que se apresentam às eleições.
Aliança Portugal vence nas Caldas da Rainha
A Aliança Portugal venceu as eleições europeias no concelho das Caldas da Rainha, tendo obtido 39,59% dos votos expressos, que ficaram na terça parte dos eleitores inscritos.
Em 2014 os votos que escolheram a Aliança (5332) foram inferiores aos expressos em 2009 apenas no PSD, tendo ainda sido perdidos os votos do CDS. Em relação a 2004, em que o PSD também se apresentou coligado com o CDS, os votos desta vez também foram inferiores em cerca de meio milhar de votos.
O PS, por seu lado, conseguiu em 2014 obter 28% dos votos expressos, aumentando 500 votos em relação a 2009, mas obtendo muito menos votos do que em 2004.
A CDU obteve em 2014 o seu maior resultado nas Europeias desde 1989, recuperando os votos perdidos nos últimos actos eleitorais para o BE. No concelho das Caldas obteve 9,39% dos votos, ficando à frente da grande surpresa da votação no Partido da Terra encabeçado pelo ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto. Este partido, que serviu de “barriga de aluguer”, conseguiu um resultado surpreendente em todo o país, conseguindo eleger um segundo eurodeputado.
O Bloco de Esquerda cai nos eleitores mesmo em relação a 2004, mas especialmente em relação a 2009 quando obteve um resultado surpreendente nas Caldas da Rainha de 13,45% dos votos, superior aos resultados do CDS/PP e da CDU.
Nos pequenos partidos, apenas ressalta a votação no Livre, resultante da cisão do BE no Parlamento Europeu, que era encabeçada por Rui Tavares.
A nível das freguesias, as votações estão em linha com os resultados no concelho, com excepção dos Agrupamentos Sto Onofre/Serra do Bouro e de Tornada/Salir do Porto, em que ganhou o PS.
Mas em todas as freguesias houve uma votação expressiva no Movimento Partido da Terra, que ultrapassou em todas a votação no BE, como ultrapassou também os votos na CDU na maioria das freguesias rurais.
Outro dado importante é que em todas as freguesias do concelho as abstenções ultrapassaram os 61%, atingindo 71% no agrupamento de Santo Onofre/Serra do Bouro.
Outro dado importante destas eleições foi o elevado número de votos nulos e brancos, que se constituem como que a terceira força política do concelho, uma vez que em número, só não ultrapassam a votação na Aliança Portugal e no PS.
Óbidos votou no PS
Em Óbidos também a grande vencedora foi a abstenção, que ficou próxima da média nacional, mas em termos de votos expressos o PS obteve 34%, seguido da Aliança Portugal com 32% e da CDU com 10,6%. Também em Óbidos o Partido da Terra obteve um resultado bastante apreciável, com 7,6% dos votos, mais do que o BE que obteve 5,1%. Se os votos do BE não se tivessem dispersado pelo Livre, este podia ter sido a terceira força do concelho.
Nos resultados por freguesia, PS e AP dividiram-nas, tendo os socialistas ganho em A-dos-Negros, Gaeiras, Olho Marinho e agrupamento S. Pedro/Sta. Maria e Sobral, enquanto que a Aliança ganhou em Amoreira, Vau e Usseira.
Outro facto que se pode retirar da votação é que o “partido” dos brancos e nulos é também no concelho o terceiro mais “votado” a seguir ao PS e AP.
Quase empate no Oeste
Analisando desagregadamente as votações no distrito, a maioria dos eleitores escolheu a Aliança Portugal, que venceu nos concelhos de Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Bombarral, Leiria, Caldas da Rainha, Figueiró dos Vinhos, Pedrogão Grande, Pombal e Porto de Mós.
Em contrapartida, o PS venceu em Castanheira de Pêra, Marinha Grande, Nazaré, Óbidos e Peniche. Recorde-se que nos concelhos da Marinha Grande e Peniche as últimas autárquicas foram vencidas pela CDU, que agora perde para o PS nas Europeias. Mais surpreendente é que em Peniche a CDU seja a terceira força com 16% a seguir ao PS e à AP.
A abstenção no distrito também foi elevada, atingindo os 67%, correspondendo a cerca de 288 mil eleitores que não se deslocaram às mesas de voto.
Na região Oeste os resultados foram de quase empate, ficando o PS a 117 votos da Aliança Portugal. Em terceiro lugar posicionou-se a CDU com 12% dos votos, seguido pelo Partido da Terra, de Marinho Pinto, com 6,61%, e só depois o BE com 4,14. Também aqui o Livre obteve 2,12%, votos que provavelmente retiraram ao BE a quarta posição.
Em termos concelhios no Oeste o PS vence em Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Trorres Vedras, enquanto que a AP ficou com Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha e Lourinhã.
Também no Oeste as abstenções rondaram a media nacional com 66,33%, tendo ficado em casa mais de 200 mil eleitores.
JLAS































