Visitar a Berlenga só após pagar taxa

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Pagamento da taxa de entrada na Reserva Natural das Berlengas entra em vigor

Câmara Municipal de Peniche garante que nenhum barco fica em terra devido a eventuais problemas com o pagamento obrigatório exigido pelo Estado

O pagamento da taxa de entrada diária de três euros para os visitantes à área terrestre da ilha da Berlenga vai entrar em vigor no próximo dia 1 de junho. A Câmara de Peniche, que preside à Reserva da Biosfera das Berlengas, já foi informada pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) do início do cumprimento da portaria governamental, prevista para ter início a 5 de abril. O atraso deve-se a problemas com a entrada em funcionamento da plataforma online onde vai ser feito o pagamento.
O presidente da Câmara de Peniche revelou à Gazeta que está a aguardar a realização de uma reunião com o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, prevista para esta semana. “Há algumas questões que são de uma exigência grande e, da nossa parte, entendemos [esta obrigação] como uma experiência, independentemente da posição do Governo e do próprio ICNF”, explicou Henrique Bertino, porque “tememos que as coisas possam não correr bem”. As principais dificuldades com este novo processo estão relacionadas o acesso à própria plataforma eletrónica e, fundamentalmente, no problema do registo obrigatório do visitante na hora da partida para a ilha. Dá como exemplo o transporte que é feito pela embarcação ‘Cabo Avelar Pessoa’, que tem uma lotação de 185 passageiros. “Se em cima da hora apareceram 30 ou 40 pessoas que não estão registadas na plataforma, como é que se vai fazer?”, questiona o autarca. A edilidade participou há três semanas numa reunião ao longo de quatro horas com o ICNF, em Peniche, na qual participaram também representantes dos operadores marítimo-turísticos, entre outros intervenientes, onde este tema esteve na agenda. “Encarando isto de uma forma responsável, acho que podemos melhorar tudo o que são experiências”, defende Henrique Bertino, pelo que nesse sentido espera “uma abertura do Governo” para esta situação. Há “fragilidades” no sistema que devem ser ponderadas e revistas. Não está em causa o princípio, “que respeitamos”, contudo, “queremos contribuir para que [a plataforma] funcione o melhor possível”. É apologista de que, “se as coisas não correrem bem, não há barco nenhum que fique em terra e o transporte de pessoas para a Berlenga não pode deixar de acontecer!”. Os visitantes maiores de 6 anos e menores de 18 anos e a partir de 65 anos vão pagar metade do valor da taxa. Apenas a Berlenga Grande pode ser visitada e a capacidade de carga humana é de 550 pessoas em simultâneo. Fora deste número estão os residentes sazonais habituais, prestadores de serviços e representantes das entidades oficiais com jurisdição na Reserva Natural das Berlengas.

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