“Vim fazer esta visita ao Hospital Termal pois gostava de saber quando podemos voltar a ter tratamentos”

O consórcio Termas do Centro pretende reforçar a competitividade turística de 22 estâncias termais da região Centro, onde se integra as Caldas da Rainha.

Maria do Céu Melo, residente em Torres Vedras, vinha três vezes por semana fazer tratamentos no Hospital Termal. Tem problemas na coluna e nos ossos e as águas sulfurosas eram um alívio para a sua maleita. Logo que teve conhecimento, através das redes sociais, de que iria realizar-se esta visita marcou na agenda pois queria estar presente e saber quando é que o hospital vai reabrir.
“Sei que a Câmara ficou com a concessão deste hospital e gostava de saber quando podemos voltar a ter tratamentos”, disse a aquista à Gazeta das Caldas durante a visita guiada de sábado.
Já Ana Dionísio, natural das Beiras e residente nas Caldas da Rainha, tinha curiosidade em conhecer o Hospital Termal e aproveitou a visita guiada para o fazer. “Queria saber mais sobre a parte histórica e cultural relacionada com o Hospital Termal e gostei bastante, só tenho pena que não esteja a funcionar”, disse, acrescentando que foi uma tarde muito bem passada.
O funcionamento do hospital também era desconhecido para Maria Inês Gonçalves, de Lisboa e a residir actualmente nas Caldas. “Estava expectante”, conta a visitante, que gostou bastante da explicação feita pela guia, Dora Mendes. “Quando senti o cheiro intenso a enxofre na Piscina da Rainha era como se estivesse num mundo arqueológico”, referiu Maria Inês, que se sentiu bem com as propriedades das águas termais, que não conhecia. A visitante considera que é importante que o Hospital reabra, permitindo assim os tratamentos termais a quem deles necessita.
João Santos foi em família à visita guiada ao Hospital Termal após recomendação da cunhada, que já a tinha feito. “Só conhecia a história e a visita é fantástica, merece a pena ser feita, para conhecermos todo o espaço e percebermos o cuidado com que as coisas estão preservadas”, disse o visitante, natural de Vila Franca e que reside actualmente nas Caldas.
João Santos considera que é importante que o termalismo seja reactivado, até porque “já aqui existe o recurso, as condições e os técnicos, só falta mesmo pôr a funcionar, esperemos que seja no próximo ano, como nos foi dito durante a visita”.
A visita ao Hospital Termal, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e Museu do Hospital, guiada por Dora Mendes, foi uma das actividades dinamizadas no âmbito da iniciativa Viva Termas Centro e que juntou perto de 50 pessoas. Ainda no sábado de manhã houve um passeio pelo Parque e a Mata, e a Companhia Persona apresentou o seu espectáculo itinerante Mistério no Parque Termal.
Houve também gastronomia, com o chef João Sá a preparar ao vivo um Crumble de Vegetais, um Baba Ganoush (prato típico da cozinha árabe), Hummus (pasta de grão) e um Molho de iogurte e ervas frescas com legumes. A acompanhá-lo estava o nutricionista Pedro Botelho, que ia dando dicas sobre os alimentos.

Um circuito termal

O largo do Termal foi transformado em recinto de jogos tradicionais e de grandes dimensões, com miúdos e graúdos a divertirem-se nos Jogos do Helder.
No Espaço Turismo, Bruno Borges (da Oficina Arara) dinamizou uma Oficina de Cartazes. Crianças e adultos participaram nesta actividade, produzindo cartazes que sensibilizavam para as propriedades terapêuticas da água termal ao mesmo tempo que alertavam para a salvaguarda desses recursos. Foram utilizadas técnicas básicas de impressão manuais, como a serigrafia, stencil, monotipia, com o intuito de explorar as potencialidades gráficas do desenho e do texto tipográfico.
A noite terminou com a música dos Birds Are Indie e uma performance de rua, na Praça da Fruta, intitulada O Som das Estrelas, pela companhia Nuvem Voadora.
Caldas da Rainha foi a 15ª cidade termal a receber esta iniciativa, que segue amanhã, 18 de Novembro, nas termas de Almeida. O projecto é co-financiado por fundos comunitários no âmbito do programa PROVERE (Programas de Valorização Económica de Recursos Endógenos) e dá a conhecer não só as termas e benefício das águas, como o património envolvente.
Nas estâncias com as termas activas, a iniciativa engloba uma experiência termal, enquanto que nas que estão inactivas (como é o caso das Caldas da Rainha e Monte Real), são feitas visitas pelo património que lhe está afecto.
De acordo com Cátia Marques, das Termas do Centro, o projecto tem a duração de dois anos e ainda contará com acções junto da restauração, com o objectivo de criar um selo que distinga os restaurantes com ementas saudáveis. Ainda no âmbito da descoberta do território “vão ser georreferenciados este ano 15 circuitos de estâncias termais e no próximo ano os restantes”, explicou a responsável, adiantando que Caldas da Rainha integra os primeiros circuitos.

Castanhas assadas no Mercado Cria

A Praça da Fruta transformou-se no Mercado Cria de S. Martinho na noite de 11 de Novembro. Cerca de 30 artesãos expuseram os seus produtos de artesanato, licores, cerâmica e gastronomia associada aos bolos de Outono e frutos secos.
O recinto foi também utilizado por diversos assadores, que durante a noite fria foram assando os 150 quilos de castanhas oferecidas pela autarquia para o evento. Os visitantes eram convidados a contribuir com um donativo para os Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha.

F.F.

[caption id="attachment_104236" align="alignleft" width="233"] À noite houve castanhas assadas (no âmbito do Mercado Cria) e animação com a companhia Nuvem Voadora (no âmbito do Viva Termas Centro)[/caption] [caption id="attachment_104235" align="alignnone" width="300"] À noite houve castanhas assadas (no âmbito do Mercado Cria) e animação com a companhia Nuvem Voadora (no âmbito do Viva Termas Centro)[/caption]