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Óbidos Vila Natal vai espalhar a magia e a feitiçaria até 31 de dezembro, e primeiros dias foram um sucesso, com mais de cinco mil visitantes diários
A Vila Natal abriu portas a 1 de dezembro, um dia após a data prevista, devido a condições meteorológicas adversas. Mas isso não assustou os visitantes, que se contaram em “mais de cinco mil” no primeiro dia, segundo os dados da bilheteira, tendo, no sábado, 2 de dezembro, dia da inauguração oficial do evento, ultrapassado “largamente esse número”, afirmou o edil obidense, Filipe Daniel.
Números que a organização espera que superem as visitas em 2022, em que se contaram em 150 mil.
Este ano, há literalmente magia no ar, proporcionada por 473 artistas, entre acrobatas do gelo, elfos e alquimistas, que dão vida à Escola de Feiticeiros.
“Para te tornares um feiticeiro, começa por descobrir a casa a que pertences”, lê-se, num cartaz, à entrada do recinto. Os aprendizes de feiticeiro podem escolher entre a Casa Leondor, onde se valoriza “a coragem, a bravura, a determinação e a atenção”, e as Casas Serpentrix, Texúrator e Corvónis, que formam uma verdadeira “cidade universitária”.
“Todos os anos, logo após a edição que termina, definimos o tema seguinte. E o que escolhi e que reuniu mais consenso foi o tema da magia, porque apresentava condições para implementarmos uma cenografia diferenciadora e conseguirmos ter esta capacidade de surpreender as pessoas que nos visitam”, explicou Filipe Daniel.
Trata-se de um tema que agrada a miúdos e graúdos, relacionado com a literatura fantástica, muito em voga, com nomes sonantes como Harry Potter, que também aparece representado no evento.
A magia permite também uma aproximação à dimensão educativa, um dos pilares do executivo municipal. “Este ano o evento acaba por ter aquilo que identificamos como uma missão também para o futuro, ou seja, estamos a trabalhar muito a parte da pedagogia, e temos aqui vários espaços onde as crianças podem desenvolver conhecimentos e capacidades, mexer naquilo em que muitas vezes não têm possibilidade ou em casa ou em unidades de educação”, continuou. O autarca salientou ainda o “estímulo à criatividade” proporcionado pelo evento, num território que se quer “afirmar cada vez mais como destino criativo inovador”. “Temos de semear as próximas plantinhas para que, daqui por uns anos, possam ter esse estímulo criativo, inovador, dentro deste território, que é tão pequeno, mas tão grande ao mesmo tempo, e com tantas pessoas com capacidades de sonhar o mundo”, sublinhou.
Entre os espaços que é possível visitar contam-se a habitual pista do gelo, que regressou ao recinto do evento, e a Casa do Pai Natal. Mas também um Laboratório das Poções, onde os feiticeiros são ensinados a afastar sonhos maus, a Herbologia, onde se aprende a semear a magia pela Terra, ou ainda a Casa do Gigante, na qual há animais fantásticos para conhecer.
O Slide Vassoura, a Rampa Gelada, o espaço da realidade virtual que abre portas a Universos Alternativos e o MyMachine, onde se fabricam máquinas dos sonhos, são outras das atrações.
Para apreciar há também um total de 410 apresentações de teatro, artes circenses, comédia e concertos especiais de Natal, e 80 workshops didáticos.
No palco do Tribunal dos Feiticeiros, o Ministro da Magia Português, Osvaldo Bellarte, e Madame Sissi Concórdia “irão julgar as tropelias mais estapafúrdias e aplicar os castigos mais estrambólicos”, informa a organização. Mas os espetáculos também decorrem no Salão da Magia.
O Natal em Óbidos decorre até 31 de dezembro, encerrando apenas no dia de Natal. A iniciativa representou um investimento “na ordem do meio milhão de euros”, afirmou o presidente da Câmara, o qual é necessário para “ter equipas motivadas” e “apresentar um evento com muita qualidade, com capacidade de, passados 20 anos, surpreender tudo e todos”, até “aqueles que já cá vêm desde a primeira edição”.
E o retorno já se faz sentir. “Hoje (2 de dezembro) até tivemos a A8 congestionada, num período cerca das 15/16 horas”, com corte no trânsito à entrada na vila. Medidas implementadas para assegurar a segurança, estando igualmente estabelecido um número máximo de visitantes dentro do recinto, no plano traçado pela Proteção Civil, número esse que tem sido atingido, rematou Filipe Daniel. ■
