Noite de sábado, com atuação de Piruka, recebeu 10 mil pessoas, uma multidão “nunca antes vista nos Vidais”
O Festival das Adiafas dos Vidais vai na sua terceira edição. Começou como um pequeno evento, mas já com a questão agrícola bem vincada. Três anos depois, o festival subiu o patamar, com uma aposta num cartaz de animação ainda mais atrativo. A recompensa foi a multidão de sábado, com cerca de dez mil pessoas, que, segundo o presidente da Junta de Freguesia, é uma multidão “nunca antes vista nos Vidais”.
São Pedro não colaborou e fez com que a afluência na sexta-feira, dia de abertura, com José Cid como cabeça de cartaz, fosse menor ao que era esperado. Foram, ainda assim, cerca de três mil pessoas.
As condições meteorológicas adversas afetaram também o programa de domingo, obrigando a adiar o evento de Trator Pulling (um concurso em que tratores de diferentes tamanhos mostram as suas capacidades para mover um objeto numa determinada distância) para data ainda a definir. Note-se que é o primeiro evento do tipo que se realiza na região.
Ainda assim, ao longo dos três dias houve várias atividades. A abertura esteve a cargo do secretário de Estado da Agricultura, João Moura, que disse que o certame é uma mostra da atividade que existe no mundo rural. “É um certame muito interessante, potencia a atividade agrícola e, nomeadamente, a fruticultura”, disse, descrevendo a pêra Rocha do Oeste como “um ícone importantíssimo”, que vive momentos complicados no que à produção diz respeito. O secretário de Estado garantiu que procuram encontrar soluções para os problemas sentidos pelos produtores. Entre os vários elogios ao que viu, sugeriu que o projeto Praça em Casa deveria ser replicado a nível nacional.
No segundo dia realizou-se mais um Agro Summit, que dada a afluência de mais de 150 pessoas, foi alterado para o Salão Paroquial.
João Azevedo, da APAS, falou do fogo bacteriano e da estenfiliose, enquanto Carmen Granados, da Kimitec, apresentou o Phage Fire, uma solução natural para o fogo bacteriano que deverá ser lançado no próximo ano. Daniel Oviedo, da Oradis-Quimsa, falou da otimização e desinfeção da água, numa sessão moderada por Maria do Carmo, do COTHN.
Também nesse dia foi possível ver no campo algumas modernas alfaias agrícolas e um drone de grandes dimensões que permite pulverizar com precisão e sem afetar ou ser afetado pelo estado dos terrenos.
Ricardo Oliveira veio de Porto de Mós apresentar também as suas inovações. Cria máquinas e alfaias adaptadas às necessidades dos agricultores e fruticultores. A novidade deste ano é um carrinho elétrico, manual, que permite transportar o palote de fruta nos terrenos inclinados, sem esforço. “Tenho muitos clientes nesta zona, com os carros manuais, que criámos há três anos”, conta. A questão das inclinações levou à criação deste novo, que, após os testes em campanha, está a ser comercializado por cerca de dois mil euros. “Já vendemos alguns para Alcobaça”.
O presidente da Junta de Freguesia, Rui Henriques, estava satisfeito com o festival, mas lamentou a falta de um maior apoio da autarquia, que auxilia logisticamente e com 5000 euros. O festival tem um orçamento a rondar os 50 mil euros e permite às oito associações da freguesia angariarem fundos através das tasquinhas. As entradas no evento eram pagas, mas gratuitas para os fregueses.
“O nosso foco é não ser um festival de música, mas sim um festival das e para as pessoas dos Vidais e os agricultores”, frisou, o autarca, agradecendo o trabalho da sua equipa na organização. O evento permite também divulgar a freguesia e o que de melhor tem.
Na manhã de domingo, pouco mais de uma hora do fecho da festa, alinhavam-se 80 tratores para a benção e para um passeio, que saiu apesar da chuva e um almoço convívio com entrega de prémios. ■































