Vendedores da Praça da Fruta destacam a melhoria das condições de trabalho, mas alguns querem voltar à Praça da República

A Câmara das Caldas está a estudar os moldes do regresso da Praça da Fruta à Praça da República, mas o assunto divide opiniões entre os vendedores que se instalaram na Expoeste.
Maria Rosária, das Boisias, freguesia de Alvorninha, vem vender à Praça há 57 anos e destaca a melhoria das condições de trabalho no pavilhão. “Asseio não há melhor. E não temos de colocar barracas, é uma maravilha”, diz a vendedora, que gostaria de ficar na Expoeste “pelo menos até ao fim do Verão”.
Para Matilde Inácio, a redução de clientes com a mudança de localização é “normal, dadas as circunstâncias que se vivem”. “Mas se a Câmara dinamizar este espaço até podemos recuperar os clientes, que têm estacionamento e apreciam este local”, considera a vendedora, de Santa Catarina, que não esconde que preferia continar no pavilhão.
Mas há quem tenha uma visão distinta. O caldense Ricardo Ferreira não hesita: “Queremos voltar lá para cima. A Expoeste foi o melhor sítio que a Câmara arranjou para ultrapassarmos esta fase, mas sinto falta do ar, da chuva, do sol da Praça”.
Teresa Pereira, do Olho Marinho, reconhece que na Praça da República há o problema de ter de “montar barracas e desmontar”, mas também diz que “gostava de voltar” para o centro da cidade.
“As Caldas é conhecida pela Praça lá em cima. Aqui temos muito boas condições, mas lá é outra coisa”, esclarece a obidense, cujo marido, Patrick Pereira, vende na Praça da Fruta há quatro décadas.

CÂMARA ESTUDA REGRESSO

À Gazeta das Caldas, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, revela que a autarquia está “a ponderar de que forma” a Praça da Fruta voltará ao local de origem. A Praça da Fruta “é centenária e não vai sair do tabuleiro da praça”. “É óbvio que o regresso tem de ser muito bem estudado, até porque na Praça da República as bancas têm uma zona de fixação previamente definida e isso condiciona a circulação no espaço. Mas o regresso não está em causa”, afiança o chefe do executivo municipal, esclarecendo que esse regresso “não passa por vedar a Praça à volta do tabuleiro”.
“A nossa organização enquanto cidade resulta muito no complemento entre o comércio tradicional e a Praça da Fruta. Amputar um destes elementos é condicionar os dois sectores”, frisa Tinta Ferreira, explicando que o regresso “será sempre discutido” com os vendedores.

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