O executivo da União de Freguesias de Nossa Sra do Pópulo distribuiu, no passado dia 13 de Agosto, máscaras por todos os vendedores da Praça da Fruta. Um gesto simbólico de boas-vindas aos comerciantes no regresso ao local original do mercado. Também a Fonte Santa, na Serra do Bouro, recebeu diverso material descartável, que será utilizado em caso de necessidade

“Que espectáculo, amanhã já a vou usar! É das Caldas!” Esta foi a reacção dos vendedores quando recebiam a máscara com o desenho do falo. Já as senhoras, convidadas a escolher, optavam pela das cavacas. Mas a todos foi comum o sentimento de gratidão pelo gesto da autarquia de base e o reconhecimento de que se tratam de elementos identitários das Caldas.
Com este gesto, a União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório pretendeu dar as boas-vindas à praça, no regresso ao centro da cidade. O presidente da Junta, Vitor Marques, destacou o facto de o mercado ter-se realizado num espaço alternativo, na Expoeste, durante os últimos quatro meses, mas reconhece que é necessário “dar passos no sentido da normalidade”. O autarca destaca o conjunto de regras e condições que a Câmara das Caldas assegura, mas realça que tem que haver uma “consciencialização, não só dos vendedores mas também das pessoas que vão comprar, no sentido de obedecer às regras de segurança”.
Em relação às máscaras, Vítor Marques deixou o desafio para os vendedores as usarem na Praça, porque apresentam “símbolos icónicos do nosso concelho”. Foram criadas pelo cartoonista Bruno Prates em resposta a um “desafio provocatório”, explica Vítor Marques, recordando que estava numa reunião da Anafre em que os autarcas do Fundão se apresentavam com uma máscara em tecido com desenhos de cerejas, e questionaram-no “para quando uma das Caldas?”.
Durante o périplo pela praça, os elementos da junta de freguesia ofereceram também mais duas máscaras vulgares e informaram os vendedores que queiram viseiras, que se podem dirigir à sede da autarquia para as receber. Esta autarquia de base está também já preparada para fazer nova distribuição de máscaras pelos fregueses caso haja uma segunda vaga da pandemia.
MATERIAL DESCARTÁVEL OFERECIDO A LAR DE IDOSOS
A Fonte Santa – Centro Social da Serra do Bouro recebeu um donativo, por parte do McDonald’s das Caldas da Rainha, de diverso material descartável que será utilizado caso a instituição venha a ter utentes infectados e em situação de isolamento. O material, composto por 700 colheres e a mesma quantidade de facas, garfos, pratos e copos, tudo descartável, foi entregue na IPSS no passado dia 15 de Agosto.
De acordo com José Ezequiel, presidente da direcção da Fonte Santa, a ideia de ter este material de reserva surgiu quando estavam a elaborar o plano de contingência. “No caso de haver utentes positivos, o facto de termos que dar as refeições em pratos que seriam lavados na nossa cozinha podia potenciar a contaminação”, disse, acrescentando que, tal como as pessoas têm que estar isoladas, o material que utilizam também deve ser descartável para não haver riscos de contaminação para o interior da instituição. Contactaram, então, com uma jovem da terra, Jéssica Avó, que trabalha no McDonald’s da cidade, e que fez a ponte com os responsáveis, que acederam prontamente ao pedido. A franqueada caldense da marca norte-americana acabou por adquirir algum do material que ofereceu, pois nem todo é utilizado pela marca. “Relativamente à covid-19 foi a primeira instituição a solicitar apoio, mas temos também uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia das Caldas para a qual já doámos bens e temos feito actividades com as crianças”, explicou Jéssica Avó à Gazeta das Caldas.
A Fonte Santa tem contado também com o apoio de várias entidades públicas e de particulares, nomeadamente sócios e residentes estrangeiros na região, que ofereceram diversos produtos, nomeadamente máscaras. Fizeram também uma angariação de fundos no Facebook, tendo obtido mais de 2 mil euros, tudo para fazer face às despesas com material de protecção e desinfecção que é necessário para fazer face à pandemia.
O centro tem também um conjunto de regras de modo a proteger utentes e trabalhadores. Os circuitos das colaboradoras são diferentes de acordo com a resposta social em que trabalham, para que não haja cruzamento entre elas. Desde meados de Março que a instituição está “vedada” às pessoas externas à instituição, só entrando quem ali trabalha, para tentar diminuir o risco de contaminação. A própria direcção não entra e os familiares, enquanto o tempo o permitir, visitam os utentes no jardim, só é permitida uma visita por utente e por tempo limitado. Há ainda um período entre visitas para haver a desinfecção do espaço.
A instituição conta com 52 colaboradoras e possui 38 utentes em lar, 48 em Serviço de Apoio Domiciliário e 37 em creche. O centro de dia ainda não está a funcionar porque no caso dos que estão acoplados a outras respostas sociais, tem que haver uma vistoria prévia por parte da Saúde Pública e da Segurança Social para ver se estão reunidas as condições de reabertura do centro de dia. “Estamos a fazer algumas adaptações para tentar abrir porque os utentes estão isolados”, explicou José Ezequiel.































