O governo já queimou todos os prazos anunciados para a modernização da linha do Oeste que, de acordo com o Plano de Investimentos em Infraestruturas Ferrovia 2020, deveria entrar em fase de construção em finais de 2017. Contudo, tal não irá acontecer porque nem sequer foi ainda iniciado o processo de contratação, que deverá demorar nove meses, o qual estava previsto para o período entre Janeiro e Setembro deste ano.

Fonte oficial do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas disse à Gazeta das Caldas que “o calendário do projecto foi ajustado perante a necessidade de uma Avaliação Ambiental, actualmente em curso”.
Para já está apenas previsto o lançamento até ao fim do ano de uma empreitada para desnivelar as passagens de nível entre Meleças e Caldas da Rainha, as quais deverão ser todas substituídas por passagens inferiores (túneis) ou aéreas (pontes). A mesma fonte anunciou que “as restantes empreitadas do projecto de modernização da linha do Oeste deverão ser lançadas em 2018”.
Apesar de instado pela Gazeta das Caldas, o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas não quis comprometer-se com uma nova calendarização para a modernização da linha do Oeste. Mas, a concretizar-se, esta não avançará nos prazos prometidos, tendo, no mínimo, um ano de atraso.
O nosso jornal apurou ainda que a Infraestruturas de Portugal pondera fechar a linha durante alguns meses enquanto durarem as obras de modernização. Trata-se de uma solução lesiva para os passageiros – mesmo que seja assegurado transbordo rodoviário – e que fará reduzir para mínimos a procura na linha do Oeste.
Vários meses seguidos sem comboios só pode redundar no definhamento total da linha, cujo mercado será depois mais difícil de recuperar mesmo após a modernização (caso esta se concretize).
Por outro lado, existe o risco de as obras pararem por qualquer motivo e a linha não voltar a abrir. Tal não seria uma situação inédita. O ramal da Lousã, que até há sete anos era uma linha suburbana nos arredores de Coimbra entre esta cidade e Serpins (37 quilómetros), fechou para obras, gastaram-se alguns milhões na sua modernização, mas os trabalhos foram interrompidos e os comboios não voltaram ali a apitar.
Também a linha da Beira Baixa foi encerrada, em 2009, entre Covilhã e Guarda (46 quilómetros) para ser electrificada, o que chegou a acontecer num troço de dez quilómetros, mas ainda hoje aquela infraestrutura continua fechada.

- publicidade -