
“Sou Benvinda Matias, nasci em Monte Frio, freguesia de Benfeita, concelho de Arganil”. Era assim que esta senhora respondia a quem lhe fazia perguntas.
Para comemorar a data, a Santa Casa de Alfeizerão organizou um lanche convívio que decorreu nas instalações da instituição. D. Benvinda esteve feliz, rodeada pela nora, netos e bisnetos, confraternizando com os companheiros do lar, funcionários, o provedor José Luís Monteiro de Castro, o capelão Gomes Marques e restantes elementos dos órgãos sociais. Estiveram também presentes o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio e outros autarcas.
A aniversariante nasceu em 1906, ainda antes da implantação da República e teve mais nove irmãos. Naqueles tempos difíceis começou a trabalhar ainda criança e aos 18 anos foi para Lisboa e arranjou emprego no Mercado Abastecedor da Ribeira, onde esteve vários anos.
Mãe de dois filhos, cedo perdeu um deles e logo depois o marido. Mas a vida teve que prosseguir! Mais tarde foi dona de uma pequena mercearia no Alto do Pina, em Lisboa. Aos 34 anos ficou viúva, a sua vida modificou-se e foi para Moçambique onde esteve oito anos.
Regressou no final da guerra colonial para casa do seu único filho em Lisboa, que viria a falecer há três anos. Ajudou a criar os dois netos e a nora nas lidas da casa até aos 100 anos. Como a sua nora tem casa em S. Martinho do Porto, esta acabou por escolher o Lar de Alfeizerão para acolher a D. Benvinda.
A utente reside lá desde Agosto de 2013, onde se sente bem, segundo nos revelou.
É uma mulher de fibra e com uma lucidez de fazer inveja aos mais novos, embora tenha naturais dificuldades na audição, na visão e na mobilidade dos membros inferiores. Apesar dessas limitações, está normalmente bem-disposta especialmente quando o seu Benfica ganha.
T. Antunes e G. Simões




























