Universidade de Coimbra propõe novos acessos urbanos às Caldas da Rainha

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Mais de 40 alunos do mestrado de Arquitectura da Universidade Coimbra estão a  trabalhar em projectos para o concelho das Caldas. Trata-se de uma iniciativa da Associação Destino Caldas, aprovada pelo Orçamento Participativo em 2013 e que também conta com o apoio da autarquia.
Os projectos ainda estão numa primeira fase, mas já estão definidas as principais ideias que pretendem requalificar as várias portas de entrada da cidade e há um segundo grupo que se está dedicado à Foz do Arelho. Em Maio está prevista uma segunda exposição, já com propostas mais concretas.

Sob a coordenação do arquitecto Nuno Grande, 20 estudantes estão a desenvolver ideias para melhorar as “portas urbanas” das Caldas da Rainha. Os projectos visam as entradas a norte, sul e poente, a partir dos principais acessos à cidade. “Trabalhámos não só as portas rodoviárias como também a ferroviária”, disse o docente,  acrescentando que, no futuro (tal como o Governo anunciou recentemente) será feita uma aposta na ferrovia, depois da electrificação da linha. Nessa altura “vamos ter um serviço de comboios muito mais ágil do que aquele que actualmente existe”, disse Nuno Grande.
Tendo isto em conta, a sugestão que fazem é ligar “aquela ruptura que representa a própria linha através de uma estrutura de pórticos que vão ser necessários para a electrificação da linha e que também serão  úteis para o seu atravessamento”, afirmou o coordenador.
Subjacente está a ideia de produzir uma pérgola urbana que vai permitir estar sobre a linha, criando até zonas de lazer sobre a via férrea.
Junto à estação da CP, os mestrandos de arquitectura pretendem associar uma nova central de camionagem criando um interface entre dois tipos de transporte. Deste modo, os autocarros deixariam de ter que vir ao centro da cidade.
Esta passagem pelos pórticos, uma espécie de passadiço, iria permitir chegar “até ao novo shopping da Sonae, junto ao Centro de Saúde”. Nuno Grande explicou ainda que a passagem com origem nos pórticos vai permitir ainda uma nova ligação a uma praça que se pretende criar no parque de estacionamento da Expoeste (lado poente).
“O parque de exposições está sob o nó e não tem uma entrada digna. Propomos por isso um conjunto de espaços de exposição e de comércio com esplanadas”, contou o docente à Gazeta das Caldas.

Ligar os museus ao Parque e ao centro histórico

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Outras das praças que está a ser pensada fica junto ao nó rodoviário do Complexo Desportivo Municipal, onde fica o campo de râguebi.
Entre as propostas há uma ideia para fazer uma avenida que vai desdobrar a Rua Vitorino Fróis que “é hoje é o único acesso à cidade naquela zona”. A rua José Elias Elias, que fica na zona dos supermercados, e que é uma via  paralela à Vitorino Fróis – e iria permitir desdobrar o trânsito.
“Vamos conseguir criar um conjunto de anéis de rotação urbana que vão permitir valorizar esta frente sul da circular que está hoje um pouco esquecida”, disse. Os arquitectos  estão a pensar criar uma nova frente urbana que permitirá dignificar a zona onde estão os supermercados valorizando esta porta urbana, hoje pouco qualificada.
Está igualmente a ser projectada uma  entrada para a zona da mata e do parque para que esta seja feita a sul – pela zona do Hotel. “Queremos que haja uma nova acessibilidade pela zona onde está o Museu de Cerâmica e a Fábrica Bordalo Pinheiro”, acrescentou.
Nuno Grande defendeu a criação de um hotel de luxo nos Pavilhões do Parque além de que há a pretensão de “criar uma ligação entre os museus ao parque, criando uma nova dinâmica de hotelaria com esplanadas, mas sem invadir o Parque”, referenciou.

Ex-Secla para ESAD

Entre os muitos projectos que agora estão a ser concretizados está, por exemplo, a transformação da antiga fábrica da Secla num parque de estacionamento, além de se pretender formalizar “uma oferta de espaço pedonal muito grande permitindo que o centro histórico da cidade se espraie até aos museus”. O segundo edifício da Secla, junto ao cemitério, poderia funcionar como espaço de trabalho e de exposições para apoio à ESAD.
Ainda na zona do cemitério está a ser projectado um crematório.
Está igualmente a ser projectada a porta nascente onde funciona o mercado abastecedor. Pretende-se criar um “muro” com cafés e restaurantes “que funcionem de apoio à feira semanal e ao mercado abastecedor”.
As novas entradas ficam nos quatro pontos cardeais o que faz com surja uma nova “muralha” da cidade com uma nova estratégia de qualidade urbana”, disse Nuno Grande.
Esta iniciativa Associação Destino Caldas faz parte do conjunto de iniciativas aprovadas pelo Orçamento Participativo em 2013 e envolve a Câmara das Caldas da Rainha.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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