Uma viagem no tempo durante a primeira ceia medieval do Arelho

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notícias das CaldasJantar, trajar e viajar no tempo. Este o convite feito ao público pelo Grupo de Teatro do Arelho “Fracos mas Teimosos”, com a realização da sua primeira ceia medieval, que teve lugar a 7 de Maio, no Centro Cultural daquela localidade.
O projecto baseou-se na peça Portugal Medieval, apresentada em 2005 no Mercado Medieval de Óbidos, que o professor de História e encenador Filipe Nabais adaptou à realidade actual.

Nesta noite, ao espectáculo realizado pelo grupo de teatro juntaram-se a Associação Espeleológica de Óbidos, com uma luta de espadas, e o Grupo de Danças Josefa d’Óbidos.
A colectividade, que costuma participar no Mercado Medieval, foi a responsável pela ceia, onde não faltaram pratos como as “espetadas à cabaleiro”, “costela de dragão” e a “açorda à rainha D. Leonor”.
“Juntou-se a fina flor de Óbidos neste evento”, resume Filipe Nabais, que considera ter as cartas lançadas para futuros eventos deste género. Este foi o primeiro passo do Centro Português de Recriação Histórica, formado por Filipe Nabais e Filipe Joel, que colaboraram com a Vivarte – Companhia de Teatro especializada em recriação histórica, para aproximar a população e a sua história. O objectivo passa também por promover um contacto directo com as populações em autarquias com uma grande tradição de mercados medievais.
“Há uma vertente económica de explorar melhor os recursos endógenos pois um mercado medieval tem uma programação muito vasta e os artistas locais podem ter uma participação mais activa”, disse, defendendo a criação de grupos de recriação histórica, tal como actualmente existem grupos dedicados ao folclore.
Filipe Nabais realça ainda que o concelho de Óbidos pode oferecer mais ceias medievais durante o ano e deu o exemplo de dois hotéis que já o fazem. Nestes casos, costumam contratar artistas externos e o objectivo passa por poderem trabalhar com estes grupos locais.
“Estão aqui muitas energias concentradas e trabalhamos com os recursos que temos”, acrescentou, destacando que a associação do Arelho acolheu bem o projecto, assim como a colaboração dos grupos de teatro e animação, e da Óbidos Patrimonium, que cedeu os cenários.
Há um circuito medieval em Portugal e o responsável acredita que facilmente conseguirão obter parcerias e colocar o grupo de Castro Marim ou Santa Maria da Feira a vir a Óbidos e vice-versa, um pouco à semelhança do que acontece com o folclore, em que fazem intercâmbios e festivais.
O especialista em História anda a fazer pesquisa ao nível da gastronomia e diz que tem descoberto “coisas fantásticas”, dando como exemplo um dos melhores manuscritos de comida, que é português. Pretendem dar algum conteúdo e veracidade aos eventos e garante que, ao nível da gastronomia, os pratos que a colectividade leva ao Mercado Medieval já respeita esse rigor.

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