O pavilhão da Expoeste foi completamente ocupado por velharias e antiguidades no passado fim-de-semana, com a 16ª edição da feira dedicada ao sector. Era uma autêntica viagem ao século passado nas bancas dos cerca de 300 expositores, que ocuparam mais do que os 10 mil metros quadrados do recinto, proporcionando assim uma longa visita. A feira foi visitada por 9000 pessoas, das quais 8000 pagaram um euro de bilhete.
No passado fim-de-semana a Expoeste estava cheia de velharias, antiguidades, artesanato e objectos de coleccionismo, na 16ª edição da feira organizada pela ADIO. O facto de ser tão vasta (e ocupar mais do que a totalidade do espaço do pavilhão, com uma tenda no exterior) “obrigava” a uma demorada visita, para poder ver os produtos que os cerca de 300 expositores de todo o país (e também de Espanha) tinham trazido para vender.
De sexta-feira a domingo passaram pela Expoeste 9000 pessoas, entre as quais 8000 que pagaram um euro de bilhete e mais cerca de mil convidados. Entre o público havia aqueles que apenas queriam ver, quem fosse à procura de um objecto específico, coleccionadores iniciados e experientes, famílias a passear, enfim, um público variado, nas intenções e nas idades.
As velharias e o estilo vintage ou retro têm vindo a ser cada vez mais valorizados e procurados, o que também contribuiu para um aumento da qualidade da oferta.
Entre as quase 300 bancas encontramos uma diversidade enorme de objectos. De tal forma que fazer uma lista era quase impossível. Ainda assim, saltam à vista, por exemplo, as arcas da Coca-Cola dos anos 30, 50 e 60 do século passado, que pertencem ao caldense José Cerqueira.
“Cerca de 80% do que tenho compro no estrangeiro, em Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos da América, França, etc”, contou o empresário.
Para a feira trouxe também uma carrinha Ford Fordson, de 1946, a trabalhar e completa, ainda que a precisar de um restauro.
Essa é uma área que também fascina José Cerqueira, que tem um gosto particular por projectores de cinema dos anos 30, que restaura e coloca a funcionar.
Entre os seus produtos há ainda móveis de gavetas, móveis hospitalares e triciclos antigos, entre vários outros produtos. “Participo nesta feira desde sempre e para mim está a correr bem, porque tenho material diferente, que se vende sempre, mas acho que devia haver mais publicidade, já que somos nós os vendedores que a estamos a fazer ao convidar os nossos amigos para vir”, fez notar.
Numa análise comparativa, ao fim de um dia e meio, considerava que estava menos público, mas que de resto a feira estava bem organizada.
Uma feira internacional
Adolfo Ynigo veio de Palencia (no norte de Espanha). “Viemos com uma carrinha cheia, fizemos seis horas de caminho”, contou. “Esta é a primeira vez que venho a esta feira, vim à feira vintage e estava pouca gente, mas disseram-me que esta é que era muito boa, então decidi vir e, de facto, tem muita gente, mas acho que não estão a comprar, estão só a apreciar a feira, porque não vejo ninguém a passar com sacos ou a arrastar móveis”, disse.
Também para si a feira não estava a correr a bem, quando já estávamos sensivelmente a meio. Entre os seus produtos tem móveis em art déco e uns famosos candeeiros espanhóis dos anos 50 e 60 do século passado em estilo futurista que eram produzidos pela Fase Madrid.
Na pequena tenda que complementa o espaço expositivo estão apenas meia dúzia de vendedores. Entre eles está Jorge Almeida, que veio do Porto para participar pela primeira vez neste evento, para o qual trouxe peças de autores como José Rodrigues, Rosa Ramalho, José Franco e Júlia Côta. “Não há na feira peças como estas”, realça, orgulhoso, o vendedor. “Venho mais para fazer contactos e para dar a conhecer, e nesse sentido correu bem”, contou. Ainda assim, considerou que “devia ter mais espaço” e que as suas peças não deveriam ter ficado numa tenda no exterior. “Também acho que a feira devia ter sido melhor divulgada”, acrescentou.
Entre os produtos encontramos roupa, brinquedos, louças, móveis, ferramentas agrícolas, livros, vinis, balanças, rádios, gira-discos, motorizadas, figuras em miniatura, bicicletas (inclusive eléctricas), moedas, até uma cadeira de barbeiro antiga.
António Marques, da organização do evento, explicou que a organização tem procurado impor critérios de selecção rigorosos em relação aos participantes, para garantir a qualidade da feira e ser capaz de captar um público exigente que valorize o sector. “O visitante deste género de feiras, procura sempre a autenticidade do objecto exposto e a organização pretende que a mais pequena peça seja verdadeira, daí que o ponto de partida e de atracção deste certame seja o autêntico”, afirmou.































