Uma obra de nove meses que demorou três anos

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Gazeta das Caldas

IMG_3562O Centro de Divulgação e Promoção dos Produtos Regionais foi inaugurado no feriado municipal e é mais um exemplo dos atrasos das obras de regeneração urbana: era para demorar nove meses, mas foi preciso esperar três anos para a ver concluída. E, oportunamente, coincidindo com um 15 de Maio para poder haver inauguração.

Paradoxalmente, foi um exemplo em termos financeiros: o seu orçamento não só não derrapou, como custou menos 4000 euros do que o previsto. 

 Foi finalmente inaugurado o Centro de Divulgação e Promoção de  Produtos Regionais das Caldas. A obra foi adjudicada à empresa caldense José Coutinho SA em Junho de 2011, tendo esta começado os trabalhos em Março de 2012 com a  demolição do antigo edifício contíguo à Praça do Peixe.

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Na altura, estimava-se que a empreitada custasse pouco mais de 554 mil euros (mais IVA) e que estivesse concluída no final desse ano, demorando cerca de nove meses.

Mas, devido a problemas financeiros, a empresa José Coutinho SA apenas ali trabalhou durante o mês de Abril desse ano, demolindo o antigo edifício (que tinha sido uma bomba de gasolina da BP) e realizando trabalhos no valor de quase 16 mil euros (mais IVA).

A José Coutinho SA inicia um Processo Especial de Revitalização, para tentar escapar à insolvência em Julho desse ano. Mas este falha e em Janeiro de 2013 a empresa abriu mesmo falência.

Em consequência a obra ficaria parada durante mais de um ano, até Março de 2013, para que fosse escolhida nova empresa. A nova adjudicação seria agora feita à empresa Mário Pereira Cartaxo (do Cadaval), a quem haviam também sido entregues outras obras da regeneração urbana (em consórcio com a Constradas).

As obras recomeçam e durante seis meses a Mário Pereira Cartaxo construiu a estrutura e alvenaria, num volume de trabalho superior a 97 mil euros (mais IVA).

Mas ao fim de meio ano as obras páram.

Em Abril de 2014 é apresentado em Assembleia Municipal um e-mail de José Caetano Marques, administrador judicial, propondo a transferência da referida empreitada para a sociedade anónima AECI – Arquitectura, Construção e Empreendimentos Imobiliários, de Mafra,

“uma vez que a sociedade Mário Pereira Cartaxo, Lda. não se encontra em condições técnicas e com capacidade financeira para continuar a empreitada”.

Desta forma, quase um ano depois de assumir a responsabilidade pela construção do Centro de Divulgação dos Produtos Regionais, a Mário Pereira Cartaxo, Lda. abandona a empreitada.

Será substituída pela AECI SA, de Mafra, que assina a adjudicação em Abril. Nessa altura, já haviam sido executados e facturados cerca de 114 mil euros (mais IVA), menos de um quarto do valor da empreitada.

Estamos, portanto, em Junho de 2014, quando a AECI SA começa o seu trabalho no edifício. Este último empreiteiro tratou das instalações, acabamentos e equipamentos e demorou cerca de dez meses, perto do tempo previsto inicialmente para todo o projecto. A AECI SA teve um volume de trabalho a rondar os 437 mil euros (mais IVA).

Contas feitas, esta obra ficou cerca de 4000 euros mais barata do que inicialmente se estimava, custando pouco mais de 550 mil euros (mais IVA). A empreitada demorou cerca de três anos a ficar concluída, tendo em conta que a obra começou em Março de 2012, com a expectativa de estar acabada no final do mesmo ano.

A José Coutinho SA laborou ali durante um mês, a Mário Pereira Cartaxo, Lda durante seis meses e a AECI SA durante 10 meses, num total que dobra o tempo estimado inicialmente para a empreitada.

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