Uma mostra diferente de doces e licores conventuais

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Num ano de pandemia, a iniciativa da Câmara e da associação comercial ajudou a manter o cluster dos Doces e Licores Conventuais ativo | DR

A maior parte dos participantes na Mostra de Doces & Licores de Alcobaça faz balanço positivo da iniciativa

A mostra de Doces & Licores Conventuais de Alcobaça deste ano não tem comparação com as dos anos anteriores, nem poderia, tendo em conta o contexto atípico que vivemos. Ainda assim, vários participantes mostram-se satisfeitos com a iniciativa que ajudou a manter ativo o cluster durante os últimos dias.
“Não sendo possível fazer a mostra nos moldes tradicionais, a iniciativa superou as nossas expetativas”, admitiu Graça Ferreira, da Casa dos Doces Conventuais de Alcobaça à Gazeta das Caldas.
“Mesmo tendo doces todo o ano, sinto que houve procura e necessidade das pessoas de passar este fim de semana como se a Mostra fosse no Mosteiro”, acrescentou a empresária, contando que recebeu clientes que nos dias normais não recebe e que costuma encontrar na mostra. Por outro lado, elogiou a existência dos vouchers, contando que houve mesmo lares que, não podendo levar os idosos aos doces, levaram os doces aos idosos.
Paula Alves, da Pastelaria Alcôa, também elogiou a opção pelos vouchers. “Independentemente de vender ou não, acho que foi uma ideia maravilhosa para homenagear as pessoas”, afirmou. A empresária disse que o evento “correu bem”, até porque, “dadas as circustâncias, não podia ser de outra forma”.

“Não nos podemos queixar. Sentiu-se uma afluência maior durante estes dias. Foi uma iniciativa interessante”
Catarina Saraiva

Catarina Saraiva, do Atelier do Doce, também considera que esta “foi uma iniciativa interessante” e que “sentiu-se uma afluência maior durante estes dias”. “Por isso, não nos podemos queixar!”, reconheceu. Quanto aos vouchers revelou que tiveram “um efeito muito positivo na loja”, tendo recebido mais de duas centenas de pedidos.
Se o facto de a Mostra não decorrer no Mosteiro traz óbvias desvantagens, também acarreta coisas boas: “as pessoas assim conhecem a loja e provavelmente regressam”.
Uma das novidades do Atelier do Doce foi a criação de cabazes para venda online, para que quem não se pôde deslocar a Alcobaça, pudesse receber os doces em qualquer parte do país. “Está a ser um sucesso e vamos continuar a vender, porque tem tido muita procura”, revelou.
Também Cidália Tomás, da Quinta das Poesias, sentiu um ligeiro aumento da procura face aos dias normais.
Já Vasco Gomes, da David Pinto & Companhia – Ginja MSR, lamentou a falta de divulgação da iniciativa. “A Câmara teve uma excelente iniciativa, que não soube promover”, afirmou, lembrando também o contexto de pandemia que vivemos.
As portas da adega abriram pela primeira vez em 90 anos para dar a conhecer ao público o processo de produção e até houve interessados, mas a afluência foi menor do que o empresário gostaria. Quanto aos vouchers, diz que não se sentiu a existência e lamentou não ter recebido a visita de qualquer representante da autarquia.

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