Metade da turma do mestrado, sob a coordenação do arquitecto João Paulo Cardielos, dedicou-se a projectos de requalificação da frente norte da Lagoa de Óbidos e do núcleo urbano da Foz do Arelho.
“E porque não fazer aqui a montra do Oeste junto à Lagoa?”. É esta a interrogação que João Paulo Cardielos deixa no ar pois pretende cruzar o mar, a lagoa, a natureza e os produtos do sector primário. O arquitecto considera que a região pode apostar no sector primário e no agro-industrial. “Se avançarmos a tempo para o biológico seremos a primeira região europeia poderosa da área da hortofrutícola e seremos uma região de excepção para acolher quem quiser conhecer essa origem”, referiu.
A esta nova aposta na agricultura e natureza o arquitecto quer aliar o que já existe, que é “um lugar paradisíaco de destino balnear e de exploração ambiental”.
Acha também que há trabalho a fazer na área do turismo dado que não se pode receber da mesma forma “caravanistas, campistas, turistas low cost, de agro-turismo ou de hotel”. Salientou ainda que hoje há modelos de turismo que antes não eram equacionados. “Hoje o observador de aves é o segundo turista economicamente mais poderoso depois dos golfistas”, disse João Paulo Cardielos.
Entre os projectos há vários que se prendem com a observação de aves, eco-hóteis sustentáveis e a criação de passagens que vão permitir unir as duas margens da Lagoa.
“È preciso unir a praia da Foz e a do Bom Sucesso”, disse o docente-arquitecto que está a coordenar a criação de zonas pedonais e de ciclo-vias em volta de toda a Lagoa e que até inclui uma passagem e um barqueiro que vai permitir atravessar as margens.
Serão também criadas zonas em meia encosta que permitam ver a Lagoa e nelas os mestrandos vão sugerir que se crier uma montra com o que de melhor se produz no Oeste, apostando nos produtos do sector primário e na realização de feiras com o que de melhor se produz neste território.
Este grupo de futuros arquitectos está também a trabalhar em projectos relacionados com o núcleo urbano da Foz e entre as várias propostas está por exemplo a criação de um eixo pedonal entre a igreja e o Cemitério da vila. Também pretendem criar uma avenida qualificada que ligará a vila à zona da praia onde sugerem “a criação de uma marina com apoio aos pescadores”, entre tantas outras propostas para aquele território que não esquece as potencialidades da praia atlântica bem como da Lagoa para a prática de desportos náuticos. Também estão a ser pensadas novas ligações entre a cidade e a vila balnear.
“A ideia é que os percursos possam ligar arribas, mata atlântica, vale e essa encosta onde se destacam os produtos de Lagoa”, rematou o coordenador.
Os mestrandos estão agora a trabalhar em escalas de detalhes, criando edifícios de apoio que serão apresentados em nova exposição que vai decorrer nas Caldas durante o mês de Maio.
As maquetas das propostas podem ser vistas nos Paços do Concelho das Caldas.
N.N.









