Há uma nova área no Museu do Ciclismo dedicada às bicicletas BMX. Inauguração decorreu no domingo e contou com a presença de campeões
No domingo, 2 de novembro, veio gente de todo o país – de Portimão a Caminha – para participar na abertura de uma nova área no Museu do Ciclismo e num evento, ambos dedicados às BMX. Trata-se de uma modalidade que requer uma bicicleta mais pequena do que as habituais, que é compacta e de aço, e que pesa cerca de nove quilos. Esta permite fazer os mais variados saltos e manobras e é uma modalidade há vários anos em Portugal e no mundo.
A iniciativa partiu de Mário Silva, filho de Mário Lino, o responsável daquele espaço museológico, que quis dar o seu testemunho como pai, já que passou o “bom vírus” do colecionismo ao seu filho “que tem amigos de todo o país e que vieram do Minho e do Algarve que quiseram participar nesta iniciativa da modalidade”.
O momento permitu recordar datas históricas ligadas à BMX, – como a construção do designado skate park em 1999, data da abertura do Museu do Ciclismo.
Segundo Mário Silva, com a ajuda dos amigos, foi possível recriar momentos em vídeo que se viveram há 25 e 30 anos, ao som do Portugal Radical, canal da SIC que transmitiu o campeonato mundial desta modalidade de BMX, em Portimão, em 1992. “A modalidade foi-se desenvolvendo com a ajuda de responsáveis por algumas lojas e ainda me lembro de irmos vários para a porta da Câmara pedir um parque para andarmos nas nossas BMX”, contou o responsável.
O que é certo é que o skate park abriu a 15 de maio de 1999, ainda com rampas de madeira. “Cresceu e apareceu pois a nossa geração fez força para que se tornasse uma realidade”, referiu. Sérgio Monchique foi campeão mundial da modalidade em 2000, em Colónia, na Alemanha. “Fiz questão de estar presente neste momento aqui nas Caldas, vim com os meus amigos desde Portimão”, referiu o campeão da modalidade que sentiu saudades de mexer “no óleo e na massa consistente” e por isso deixou a gestão, o fato e a gravata e passou a ter uma loja, dedicada a esta modalidade. “Somos pioneiros no que diz respeito ao colecionismo das BMX”, referiu Sérgio Monchique que ajudou Mário Silva a constituir este núcleo, que será o pontapé de saída de “um grande evento de BMX Old School que está a ser pensado para acontecer no próximo ano”, rematou o convidado.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, salientou o trabalho de Mário Silva e destacou “a onda muito forte que rodeia o ciclismo nas Caldas com a participação de várias associações e de atletas que se dedicam à modalidade como João Almeida e António Morgado”.
O edil caldense, que aceitou também o repto de apoiar a iniciativa que está a ser desenhada para 2026, acompanhou o colecionador na abertura da nova área, que fica no primeiro andar do Museu do Ciclismo. Dezenas de pessoas quiseram fazer parte do momento inaugural da nova área onde se encontram as várias BMXs.
“Temos aqui vários modelos, algumas que me foram dadas pelo meu pai como a primeira e essa nunca a vendi”, disse Mário Silva que conseguiu reunir 13 bicicletas deste tipo, umas mais dedicadas a saltos, outras mais a percursos de terra (race) e também destinadas a manobras flatland, ou seja, no chão. “Essa é a minha modalidade favorita, onde Sérgio Monchique se sagrou campeão mundial há 25 anos”, destacou o caldense.
Mário Silva considera que a sua terra natal, situada bem no centro de Portugal, tem todas as condições para acolher um evento maior desta modalidade. Durante a tarde houve ainda um Bike Show que teve lugar no Céu de Vidro e que contou com a participação de colecionadores de todo o país.
Um campeão BMX caldense
Também presente na inauguração e a apreciar os vários modelos que agora figuram no Museu do Ciclismo esteve o caldense,Diogo Santos, que é o campeão nacional de BMX, Free Style.
Natural dos Casais da Serra, Diogo Santos afirmou que estava feliz por as Caldas ter um núcleo dedicado à sua modalidade favorita. O atleta – que sempre treinou no Skate Park – vive nas Caldas e considera que o novo núcleo, apesar de pequeno, “possui bicicletas de várias épocas”.
Diogo Santos, 35 anos, também referiu que o núcleo da BMX do Museu foi complementado com o Bike Show onde estiveram BMXs de ano a ano, “possibilitando analisar-se a evolução do desporto em Portugal até à atualidade”. O campeão de Free Style mantém o gosto pela BMX em paralelo à sua vida profissional, dando algumas aulas e fazendo arranjos nas BMXs.

































