Um milhão de peças Lego estão em exposição até domingo no pavilhão gimnodesportivo de São Martinho do Porto naquilo que é a maior cidade construída com aquelas peças por um só coleccionador a nível nacional.
Para ser chamada de cidade já pouco ou nada falta a esta colecção de Legos. Possui desde os serviços básicos (hospital, quartel dos bombeiros e esquadra, por exemplo), passando pelos meios de transporte (como comboios, eléctricos, aviões, barcos ou carros) albergando até uma quinta onde se produzem hortícolas e uma floresta com dinossauros, ou ainda uma serra com geradores de energia eólica atravessada por um túnel dos caminhos de ferro. Estas são apenas algumas entre as muitas construções Lego apresentadas.
Além da cidade, está exposta também “uma mesa alusiva ao Star Wars nunca antes mostrada”, conta João Matos, o coleccionador e responsável pela exposição. Mas também miniaturas do Taj Mahal (Índia), da Tower Bridge (Londres), ou a famosa casa da família Simpson, com várias das personagens que se destacaram na série animada do grande ecrã.
João Matos começou a coleccionar legos em 2009, quando quis “trazer uma brincadeira para a Lourinhã que nada tivesse a ver com computadores”.
Este funcionário público lourinhanense admite que não consegue, com o seu ordenado, suportar os custos inerentes à organização de uma exposição. Por isso, a Junta de S. Martinho e a Câmara de Alcobaça encarregam-se das questões logísticas e propagandísticas, e ele dos Legos e da sua montagem.
João Matos admitiu que “esperava mais gente na inauguração, visto que é um local que nunca tinha recebido um evento Lego”. Ainda assim, confessa-se contente com a adesão que o evento está a ter. “Espero que passe muita gente, duas, três, cinco mil pessoas… Quanto mais melhor porque assim maior será a ajuda aos bombeiros de São Martinho do Porto” contou à Gazeta das Caldas.
Este é um projecto bastante detalhado e completo. Na opinião do mentor do projecto, “permite reproduzir tudo o que existe, recriar o quotidiano de uma cidade”, mas também possibilita que seja “sempre possível expandi-la” sendo, desta forma, uma colecção sem fim.
O espaço de construções livres “é a forma de as crianças, depois de verem uma exposição, darem asas à imaginação”, conta-nos o coleccionador, que assim proporciona aos mais pequenos (e aos adultos) brincarem com Legos.
“Merecia ser vista por muito mais gente”
Solange Alfredo combinou com Célia Mata e Paulo Simões trazerem os filhos, Henrique Mendes e Dinis Mota. Estes últimos ficaram encantados sobretudo com os comboios em movimento.
Paulo Simões, um adulto entretido a construir uma casa Lego, salienta o lado “estimulante para os miúdos e a importância dos Legos ao nível do desenvolvimento mental e da criatividade das crianças”.
Fernando Madeiras, que passeava pelo pavilhão, soube deste evento pela Gazeta das Caldas e resolveu visitá-lo porque nunca tinha visto uma exposição de Lego. O evento despertou-lhe a curiosidade, mas a ajuda aos bombeiros também pesou na hora de decidir vir. “Está melhor do que aquilo que esperava, superou as expectativas”, disse. Quando era jovem, não teve muitos Legos porque “naqueles tempos não havia possibilidades para isso. Ainda hoje acho-os um bocadinho caros, mas a minha filha, que está ali encantada com os comboios em movimento, tem alguns” conta.
António Próspero, outro visitante, também não conhecia esta história dos Legos. “Isso é para rapaziada nova” disse, acrescentando que gosta do que vê, considerando-o “um trabalho muito bem realizado e muito completo”. Na sua opinião, esta exposição “merecia ser vista por muito mais gente”. Apesar de ‘novato’ nesta conversa de Legos, realça a dificuldade que o coleccionador deve ter sentido para montar esta cidade, bem como o nível dos detalhes. Achou muita graça a tudo o que está exposto, mas divertiu-o particularmente uns pais natais em Lego que faziam uma manifestação pela falta de crianças.
Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt































