Uma centena de pessoas na apresentação do Refood das Caldas

0
711

DSC_0140Cerca de uma centena de pessoas marcaram presença, na tarde de sábado (12 de Abril) na Expoeste para conhecer o projecto Refood, assim como o núcleo caldense que está em constituição e que pretende acabar com o desperdício alimentar canalizando a comida para quem precisa.
A sessão contou com a presença do fundador do projecto, Hunter Halder, o americano que  começou há quatro anos a recolher comida numa freguesia de Lisboa e que agora vê a ideia ser replicada um pouco por todo o país e até no estrangeiro.
Um terço da comida produzida no planeta é desperdiçada e um oitavo da população sofre de carências alimentares.  Alterar esta situação é o objectivo do projecto Refood que, através do voluntariado, pretende fazer a ponte entre o excesso e a necessidade.
E porquê nas Caldas? Porque em todas as localidades há restaurantes e comida que vai para o lixo, famílias sem meios para se alimentar e voluntários disponíveis para ajudar, disse Hunter Halder, convidando todos os interessados a darem duas horas do seu tempo semanal para participar neste projecto.
O projecto começou em 2011 na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa. Em 30 dias de actividade tinham 30 restaurantes a aderir e 30 voluntários a ajudar. Agora, volvidos quatro anos, servem nesta freguesia 5440 refeições mensais, possuem perto de 300 voluntários e 332 beneficiários.
O projecto replicou-se a mais 16 comunidades, o que se traduz em 2107 voluntários, 1732 beneficiários e 649 estabelecimentos que oferecem as suas sobras. Mensalmente são distribuídas 25 mil refeições.
Mas a ideia não fica por aqui, estando já prevista a abertura de mais núcleos por todo o país, este e no próximo ano, assim como no estrangeiro, nomeadamente em Amesterdão, Londres, Milão, Madrid, Barcelona e Buenos Aires.
Esta  adesão levou o americano radicado em Portugal a pensar que a sua missão não era geográfica, como inicialmente pensou, mas demográfica, destacando que o foco passou a estar nas pessoas e no seu empenho para ajudar.
O responsável destaca que neste projecto tem que ser controlada a qualidade dos alimentos e os custos que têm, acrescentando que os montantes envolvidos num centro de gestão Refood andarão na ordem dos 300 euros mensais. Além disso, para ser sólido, o projecto tem que ser construído passo a passo, dando nota que a equipa caldense está agora na primeira fase, de angariação de voluntários e definição das equipas de gestores. Depois de formadas as equipas será delimitado o plano de acção e, só depois, será lançado e implementado o projecto e operacionalizado, com o serviço de refeições à comunidade.
“São necessários 24 gestores e centenas de voluntários”, referiu Hunter Halder, destacando que só desta forma poderão criar uma base sólida para servir a comunidade por muito tempo.
Presente nesta apresentação pública, a vereadora Maria da Conceição Pereira deixou a disponibilidade da autarquia para apoiar financeiramente e com a cedência de um espaço para funcionamento do núcleo. E convidou o núcleo a integrar a rede social da autarquia, que conta já com mais de 70 instituições de solidariedade social, e que é “considerada uma das melhores do distrito de Leiria”, disse.  De acordo com a autarca, “é muito importante este trabalho em rede para que não haja duplicação dos apoios e assim se possam ajudar mais pessoas”.
Maria da Conceição Pereira defendeu ainda que é importante definir um projecto de vida para as pessoas necessitadas e criar condições para que se tornem autónomas.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

- publicidade -