Um Citroen V2 de 1924. Mais conhecida como Boulanger (traduzido: “Padeiro”), tem quatro cilindros e válvulas laterais, uma caixa de três velocidades directas com os carretos não sincronizados e uma suspensão de eixos rígidos. Este é o carro que dá o mote para o salão de clássicos da Expoeste.
Os Citroen 11 BL “Arrastadeiras”, o Morris Minor, o Fiat 500, o Renault “Joaninha”, a biblioteca itinerante (das que a Fundação Calouste Gulbenkian celebrizou), os mini, as 4L ou a VW “Pão de Forma” são outras das grandes atracções entre os quase 300 veículos (de duas, três e quatro rodas) que estão expostos. Mas na Expoeste era também possível ver a evolução dos Land Rover desde 1955.
A inauguração oficial decorreu na tarde do passado sábado, com a presença de Tinta Ferreira, presidente da Câmara, e de Alberto Pereira, vereador municipal e um apaixonado pelos clássicos.
Já António Marques, explicou que a filosofia desta feira era “promover o automóvel clássico popular, aquele automóvel com que vivemos há 20 anos atrás e que nos prestou tantos e bons serviços”.
Assim, admite, “olhar para um Fiat 500 enternece-nos… Dizer que há 30 anos era assim que fazíamos os nossos namoros e que nos entretínhamos à volta da ideia do que seria um automóvel”.
E porque “as Caldas possui uma das maiores colecções de carros clássicos, sobretudo populares”, está a ser estudada a possibilidade de ser criado um pólo museológico dedicado aos clássicos, com serviços de apoio de oficina e restauro. Este projecto seria também uma complementaridade aos cursos de mecatrónica que existem na cidade.
Os automóveis continuariam a pertencer aos seus proprietários, mas seriam ali expostos. A entrada paga pelos visitantes ajudaria a fazer a manutenção e, com as oficinas, procurariam atingir a auto-suficiência.
Em frente ao seu antigo Morris Minor falamos com Alberto Pereira, vereador da Câmara e um apaixonado dos clássicos. “É um motor de 1000cc e 20 e poucos cavalos. E como qualquer carro inglês da década de 50 que se preze, perde óleo e trava mal”.
Tinta Ferreira, edil municipal, explicou que, “após o período de maior dificuldade, com a crise, começamos a ver o retomar de feiras de grande impacto”, exemplificando com o salão automóvel, os clássicos, o Lego, as velharias e com o esperado Art Show, para o final do ano.
O presidente da Câmara gostou, claro, do símbolo da exposição, da VW “Pão de Forma” e dos Citroen “Arrastadeira”.
Virgílio Tomé veio de Santa Suzana e acha que “a exposição tem carros diferentes, que merecem que se perca um bocadinho de volta deles a vê-los”.
Gostou do Citroen e do Morris Minor. “Gosto de carros que tenham 50 ou mais anos”, afirmou. Por outro lado, “também tem motas espectaculares”, disse, notando que “apesar de não ser apaixonado por carros, também os aprecio”.
Os clássicos também são o que mais entusiamam Francisco Mendes. “As 4L e os Mini, assim como o Honda 360, são carros que fascinam”, referiu, antes de atestar a importância do evento: “este e outros eventos aqui são importantes, é sempre casa cheia”, disse, concluindo que estas iniciativas são de louvar.
Isaque Vicente
Ivicente@gazetadascaldas.pt






























