“O Longo Caminho para a Igualdade – Mulheres e Homens no século XXI” fala sobre preconceitos e estereótipos de género e foi apresentado em Óbidos
Em que ano foi promovida a primeira mulher a general em Portugal? A pergunta, lançada pela jornalista, e moderadora da conversa, Maria João Costa, apenas viria a ser respondida pelos jovens participantes no final do encontro. Foi em finais de 2018. “É importante perceber isto, há mentalidades para mudar e um caminho a fazer”, concretizava a também editora.
O encontro em Óbidos, a 19 de outubro e inserido no Folio, teve por mote o lançamento do livro “O Longo Caminho para a Igualdade – Mulheres e Homens no século XXI”, da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada e com ilustração de Susana Carvalhinhos. Também a obra, dirigida ao público infanto-juvenil, tem como protagonista uma rapariga que quer ir para a Força Aérea (onde as mulheres só podem entrar desde 1990). A persongaem, inspirada numa amiga de Isabel Alçada, pretende “fazer pensar” e mostrar que estas questões da igualdade de género ainda não estão totalmente resolvidas.
“Ao longo deste livro fomos levantando problemas para a juventude, que é quem pode fazer a grande diferença”, disse Ana Maria Magalhães. A escritora, que é a mais velha de cinco irmãos, alguns deles rapazes, diz que sempre tentou ter uma perspetiva de igualdade e que, no caso das quotas para mulheres, considera que “se a pessoa tem valor deve de ir à luta, de igual para igual”. Dirigindo-se aos jovens, aconselhou-os a saberem o que querem e que as diferenças têm de ser, “não de género, mas individuais”.
Exemplos de determinação e de que o mérito é a chave do sucesso foram partilhados por alguns dos presentes, como foi o caso de Luís Gaspar da Costa, atualmente diretor pedagógico dos colégios Rik & Rok, mas que tirou o curso de educador de infância, tendo exercido durante 16 anos. Diz que nunca sentiu dificuldade em exercer funções numa profissão tradicionalmente de mulheres e aos jovens deixou um conselho: escolham sempre uma profissão de quem gostem e não porque existem estereótipos associados. O caso inverso foi partilhado por Paula Duarte, diretora geral do Dolce Campo Real, que também nunca sentiu problemas de discriminação por ser mulher, num ambiente mais masculino.
A apresentação da obra contou ainda com uma leitura encenada por alunos da ETEO e com a participação de alunos dessa escola e também da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro e do Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos, que colocaram algumas questões à mesa. Durante o evento foi “nascendo” uma obra de arte das mãos do escultor Carlos Oliveira, onde este mostra “a vontade do homem e da mulher em subir ao cimo do monte e içar uma bandeira”.
Publicado em março de 2021, este é o primeiro livro do iGen-Fórum Organizações para a Igualdade, em parceria com a Imprensa Nacional, a editora pública portuguesa, que tem mais de 70 livros no Plano Nacional de Leitura. Duarte Azinheira, editor e porta-voz do iGen-Fórum Organizações para a Igualdade, referiu que irão continuar a fazer livros destas temáticas e destacou que as obras que editam têm uma característica especial de “serviço público”, que pretendem promover a conversa e debate entre pais e filhos. ■
“Os jovens devem saber o que querem e as diferenças não devem de ser de género, mas individuais”
Ana Maria Magalhães






























