Um jornal a caminho do centenário

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Há 95 anos surgia um semanário com o intuito de defender os interesses da região. O jornal começou independente, passou por várias fases e chegou a ter a sua edição suspensa.

O primeiro número da Gazeta das Caldas foi impresso na tipografia Caldense de José da Silva Dias e saiu a 1 de outubro de 1925. É com a ajuda do historiador João Serra que propomos aos leitores uma viagem pelas páginas e pelo percurso deste jornal nas suas primeiras décadas. O investigador foi o responsável pela rúbrica Páginas com História e nela publicou o artigo “A Gazeta das Caldas – 1ª fase: 1 de Outubro de 1925 – 31 de Outubro de 1936”. Na primeira edição, logo na primeira página há “um complemento do título, uma classificação que se manteria até aos anos 40: ‘jornal regionalista’”, afirma João Serra sobre este semanário que, então, tinha sede nos Pavilhões do Parque. A redação integrava José Saudade e Silva, José F. Fialho Júnior, António Montês, Manuel Carvalho, António Leitão e César Coelho da Silva. O administrador e editor era Guilherme Nobre Coutinho.
No seu artigo de análise, o especialista salientou no texto do número 1, “Ao que vimos”, no qual a Gazeta das Caldas se afirmava “livre, em absoluto, de toda a política de partidarismos” e manifestava o propósito de “servir os interesses da região, chamando a si todas as ideias, venham de onde vierem, que concorram para o seu progresso incessante”.
Numa primeira fase, o jornal foi o órgão desse grupo que tinha elementos da redação, que pontuavam desde 1924 “na Câmara, na Comissão de Iniciativa, criada pela mesma altura, e na associação Comercial e Industrial”, refere João Serra. A 7 de fevereiro de 1926, Manuel Augusto de Carvalho, advogado, abandonou o semanário, tendo sido substituído por António V. França Borges, então tenente no RI5, antecessor da Escola de Sargentos do Exército.
A 15 de maio de 1926, e por imposição da lei de imprensa em vigor, ocorre uma alteração na orgânica do semanário. Guilherme Nobre Coutinho mantém as funções de administrador e editor, mas a lista dos membros do corpo redatorial é retirada. Em seu lugar, aparece justificada pelo jornal com o facto de António Leitão ser, de todos os redatores, “o que se encontra menos sobrecarregado com outras funções”, escreveu o investigador.
Dos pavilhões do parque, a sede do jornal transferia-se para o Largo Dr. Barbosa, 17, 1.º D. O historiador detetou que António Leitão não terá sido um responsável consensual no semanário. A partir de 1928 iria vigorar uma ditadura militar – os meses seguintes foram de agitação política – e “a maior parte dos homens que tinham sido o suporte político da Gazeta viram-se arrastados pela nova situação”. António Montês foi o primeiro redator a manifestar divergências com António Leitão, tendo-se demitido a 4 de julho de 1926. A 23 de agosto “foi a vez de Nobre Coutinho que invocou razões pessoais pedir para abandonar a administração. Segundo o historiador caldense, António Leitão acumulou os cargos de editor e diretor, mas por pouco tempo. A 5 de setembro de 1926, a Gazeta suspendeu a publicação. Esta só viria a ser retomada quatro meses mais tarde, a 1 de janeiro de 1927, já com a indicação obrigatória de “visado pela comissão de censura”. Nobre Coutinho regressa, assumindo funções de diretor. O novo administrador e editor passa a ser João da Silva Cruz.
Para João Serra, o conjunto das edições da Gazeta, entre 1927 e 1935, “é a de que um figurino e um estilo editorial foi finalmente encontrado, após quase um ano de experiência”.
Salientou também o trabalho dos jornalistas Luís Teixeira e Pires Machado que, com Guilherme Nobre Coutinho, “constituem a espinha dorsal deste periódico caldense”. O historiador sintetiza afirmando que a Gazeta atinge, “sob o seu comando, momentos altos da sua vida como projeto jornalístico de uma comunidade”.
Na sua edição de 10 de novembro de 1934, a Gazeta noticia a morte de Nuno Infante da Câmara, ocorrida a 7, referindo-o como seu fundador. “Será talvez legítimo supor que o seu contributo para a Gazeta tenha sido basicamente financeiro”, esclareceu o investigador. Infante da Câmara “era um abastado proprietário ribatejano, em Vale Figueira, no Cartaxo. Radicara-se nas Caldas precisamente em 1925”. Entrevistado pela Gazeta das Caldas, o filho do fundador, Francisco Nobre Coutinho confirmou que de facto Infante da Câmara “amigo das Caldas e do meu pai” e que financiara a fase de arranque da Gazeta condição sine qua non de viabilidade.
Guilherme Nobre Coutinho faleceu em janeiro de 1935, em consequência de uma intervenção cirúrgica. A Gazeta noticia a sua morte a 2 de fevereiro. De seguida, o editor e administrador, João da Silva Cruz, passa a acumular também o cargo de diretor.
João Serra explica que o semanário mantém o figurino e despontam novos colaboradores – e alguns regressam como António Montês – como José Bonifácio da Silva, Eurico Bonifácio da Silva, Virgílio Amaral e Paulino de Figueiredo. A 31 de outubro de 1936, João da Silva Cruz, que era funcionário dos Correios, deixa o jornal, pois passa a ser chefe da estação telégrafo-postal de Viana do Castelo.
O jornal vive um novo período, dado que empresa foi adquirida por uma sociedade de que Augusto de Carvalho era o administrador. Ele será também o editor do semanário enquanto que João Artur Botelho Moniz ocupa o cargo de director.
A edição da Gazeta de 28 de novembro de 1936 inaugura um novo estilo gráfico e “uma orientação diferente, uma mudança significativa de projecto jornalístico”, afirma o investigador, referindo ainda que “10 anos, depois, o 28 de Maio chega finalmente à Gazeta. O seu regionalismo, mau grado as afirmações em contrário, já não será apartidário”.

Nos primeiros anos Gazeta apoia a Misericórdia, o Lactário-creche Rainha D. Leonor, a Associação de Socorros Mútuos Rainha D. Leonor, o Orfeão Caldense e os Bombeiros

Nos primeiros 11 anos da Gazeta, João Serra identificou um conjunto de temas que o jornal traz às suas páginas com o intuito de chamar a atenção dos poderes públicos. São cinco as associações voluntárias locais que são alvo de preocupação e de apoio da Gazeta: a Misericórdia, o Lactário-creche Rainha D. Leonor, a Associação de Socorros Mútuos Rainha D. Leonor, o Orfeão Caldense e os Bombeiros. Outras entidades muito referenciadas são a Câmara Municipal, o Hospital Termal, a Comissão de Iniciativa (que virá a ser designada por Comissão de Turismo), a Associação Comercial e Industrial e, depois de 1934, o Museu José Malhoa. O jornal criticou a administração hospitalar que, na época, registava relações tensas com a Câmara, a Associação Comercial e Industrial e com a Comissão de Iniciativa. Segundo o historiador, em 1932, a Gazeta concorda com proposta de José Saudade e Silva no sentido de entrega do Parque, Mata e Clube de Recreio à administração da Comissão de Iniciativa, da cedência do Hospital de Santo Isidoro à Misericórdia e da nomeação de uma Comissão Administrativa para o Hospital Termal constituída por um presidente, nomeado pelo Ministro do Interior, e dois vogais, um em representação da Câmara Municipal e outro em representação da Comissão de Iniciativa.
Durante aqueles anos, o jornal abordou, de forma sistemática, as grandes necessidades do concelho: em 1925 e 1926, as carências da vila apontadas são: mercado fechado, água canalizada, rede telefónica, fornecimento de energia e iluminação pública, a ausência de equipamentos básicos no bairro Além-da-Ponte. No que respeita ao concelho, as preocupações mais relevantes são: a ligação ferroviária Setil-Peniche, as estradas interregionais, o assoreamento da Lagoa de Óbidos e a degradação da praia da Foz do Arelho. O facto de ter sido atribuído o estatuto de cidade à vila caldense em 1927 gerou uma “reacção desfavorável por parte da sede do distrito, Leiria”, escreveu João Serra, acrescentando que, em 1929, a Gazeta apoia a vontade caldense de ver o concelho integrado no distrito de Lisboa. “Tal pretensão era, aliás, na altura, comum a outros concelhos do sul do distrito de Leiria, como Peniche, Óbidos e Bombarral”, acrescentou o historiador.
Nesse ano foram inaugurados a rede telefónica urbana e o abastecimento de água. A partir de 1930, há um novo problema que se vai arrastar que é o da estrada de Santa Catarina. Em 1933 é apoiada a pretensão do Nadadouro de ser elevada a freguesia enquanto que no ano seguinte, foi criado o Museu José Malhoa e o jornal passa a “lutar” para que este possa instalar-se em edifício próprio. “Tal batalha aparece em paralelo com a criação duma Biblioteca Pública que deveria albergar-se num anexo do Museu”, sintetizou o historiador. Reivindicam-se nas páginas da Gazeta mais escolas e, entre outros projectos, apoia-se também a construção do Campo da Mata. No final do ano, Gazeta faz o resumo das necessidades do concelho: conclusão das obras do Hospital, edifício dos Correios, edifício da Misericórdia, mercado fechado, edifício para as repartições públicas, luz eléctrica, escolas, desassoreamento da Lagoa e estrada de Santa Catarina.
Em 1935, a Gazeta “volta a agitar o problema da nova Igreja, pede a extensão da rede telefónica às freguesias e a criação de uma Estação de Fruticultura”. Pelas suas páginas refere-se também a degradação do Teatro caldense, do Parque e da Mata. O próprio jornal lançou iniciativas que, apesar do entusiasmo da direção e da redação, obtiveram “sucesso desigual”. O historiador nomeia algumas como a criação do Museu das Artes (como era designado nos anos 20 o que mais tarde viria a ser oficialmente chamado Museu José Malhoa) e o levantamento de um monumento à Rainha D. Leonor, ambas de 1925. Gazeta ainda abriu uma subscrição pública em 1927, mas o monumento só foi oficialmente inaugurado em 1935, “após peripécias diversas que rodearam a sua concepção e a escolha do local de implantação”, escreveu o caldense. Houve uma outra subscrição pública na Gazeta, por proposta de Guilherme Nobre Coutinho, em favor das famílias dos deportados políticos pela Ditadura Militar. Esta foi anunciada a 17 de janeiro de 1928, mas “foi proibida pela Censura”.

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UMA GAZETA CONTRA UM PRESIDENTE

O historiador caldense Luís Nuno Rodrigues, no seu artigo “Imprensa e Poder Local: A Gazeta das Caldas (1925-1975) balizou a primeira fase da vida do jornal entre 1925 e 1936 referindo o forte pendor regionalista dessa fase. Os seus responsáveis “proclamam-no livre em absoluto de toda a política de partidarismos”, afirmando que ele “procurará servir os interesses da região, chamando a si todas as ideias (…) que concorram para o seu progresso incessante”. Só que, em novembro de 1936 “esta” Gazeta escreve as suas “Últimas Palavras”, indicando que passará a ser dirigida por novas mãos. “Os ventos de Maio chegavam finalmente ao jornal, reflectindo o clima de crispação fascizante que se vivia por todo o País, nesse ano de 1936”, acrescentou o historiador, hoje destacado docente do ISCTE. Os dez anos que decorrem até 1946, até ao final da guerra, a Gazeta “torna-se um jornal de cariz vincadamente nacionalista. O periódico vai ser transformado num orgão ao serviço do Estado Novo e da União Nacional nas Caldas da Rainha”. As notícias sobre a cidade e o concelho “ocupam agora um espaço bastante menor em cada edição do jornal”. Há na época vários artigos sobre a Legião Portuguesa, assinados por França Borges. Este será diretor a partir de 1938 e o jornal valoriza eventos como a Exposição do Mundo Português, em 1940, e o mesmo acontece com o prolongamento regional da mesma, materializada, na realização da Exposição da Província da Estremadura, em agosto de 1940, nas Caldas.
A propaganda eleitoral nas vésperas de eleições é algo que passa a acontecer. Em 1938 indica-se o voto no governo de Salazar, “como portugueses previdentes e justos amantes da Pátria e da Família”, refere Luís Nuno Rodrigues. Segundo o investigador, nesta época não há hostilidade com a autarquia mas também “não há informação directa”. No entanto, também não se constata sinais de hostilidade. “Muito pelo contrário o Presidente da Câmara, Júlio Lopes, editor do jornal desde 1938 é seu futuro director, e é referido sempre em termos elogiosos, não fosse ele também o Presidente da Comissão Concelhia da União Nacional”, contou o historiador. O mesmo acontece com Botelho Moniz, diretor do jornal de 36 a 38 e que é, simultaneamente, Administrador do Concelho e, mais tarde, vice-presidente da Câmara.
A partir de 1944, e de novo com Botelho Moniz na direcção, a Gazeta vive uma crise. “O jornal perde aos poucos a chama e o fulgor nacionalista que o caracterizaram nos anos imediatamente anteriores e torna-se por vezes desinteressante e falho de conteúdo”, contou o investigador. A crise da Gazeta parece ser sobretudo de cariz económico, digamos, uma crise do pós-guerra. “O jornal deve ter atravessado um mau período financeiro como o provam as frequentes interrupções na sua publicação e a periodicidade incerta que o caracteriza desde finais de 1944”. Nas suas páginas, lamenta-se as dificuldades que estiveram na origem na suspensão da publicação do jornal em 1946. A Gazeta só volta a ser editada em 1948. “Este interregno marca, quanto a nós, a transição do jornal para uma nova fase da sua vida: até 1974 a tónica dominante da Gazeta será a síntese ou combinação entre uma renovada tendência regionalista, idêntica a dos primeiros anos da sua vida, e um verniz nacionalista que continua a cobrir as páginas do jornal e que faz com que ele nunca abandone a fidelidade ao regime vigente”, referiu Luís Nuno Rodrigues. Segundo o historiador o jornal converte-se de novo “num instrumento poderoso nas mãos desse sector da elite local que detém o poder político”. De qualquer modo “a poderosa oligarquia local que domina a Gazeta perde o controlo do poder na cidade durante a década de 50”.

Nos anos 1940, a publicação da Gazeta das Caldas foi interrompida várias vezes por razões económicas. O regresso acontece em 1948 e, a partir daí, o jornal garante estabilidade

Em 1951 a Presidência da Câmara “escapa àqueles que a controlavam habitualmente: o Estado Novo nomeará um homem vindo da capital do Distrito, o leiriense Fernando Pais de Almeida e Silva”. A reação do partido local faz-se sentir e, em 1956, o Conselho Municipal, orgão local composto pelas personalidades mais importantes da cidade, rejeita as bases do orçamento da Câmara. A Gazeta, que integra elementos do Conselho Municipal, “move então uma forte campanha contra o presidente da Câmara. Fala-se no índice de deficiência que caracteriza a administração municipal”, em erros de administração” e em inércia e incúria municipal”, conta Luís Nuno Rodrigues. Carlos Saudade e Silva, então subdirector da Gazeta e também membro do Conselho Municipal, “acusa directamente o próprio Governo de abandonar a nossa terra (…) às mãos inábeis e inexperientes (…) de quem não sabe dirigir política e administrativamente os destinos locais, com desprestígio para o Estado Novo”. Segundo o historiador caldense, a intervenção da censura “era inevitável” e o jornal declara que “por motivos de ordem superior, e contrários à nossa vontade não podemos publicar a continuação dos comentários aos ofícios camarários”. Luís Nuno explica que o sector da elite local – que controlava o poder municipal – sente-se “usurpado de um cargo que habitualmente era sua pertença e reage violentamente através da imprensa local, que controla, ou melhor, que possui, contra a nomeação de um presidente da Câmara estranho à cidade”. Só em 1960 a Gazeta respiraria de alívio pois Fernando Pais de Almeida e Silva termina o seu mandato e o periódico caldense formula votos para que o próximo Presidente da Câmara seja caldense. “É-o, de facto: Botelho Moniz, antigo director da Gazeta”, acrescentou o historiador Luís Nuno, acrescentando que o jornal mantém uma posição relativamente crítica “mas que não é feita em tom hostil. Elogia-se, por vezes, o que é bem feito, embora não se deixe de apontar aquilo que é mal feito”, sintetizou Luís Nuno. Este considera que com o advento da Revolução, o jornal inicia nova fase. O 25 de Abril “começa por ser como que abafado das páginas da Gazeta, tal como o havia sido a tentativa frustrada dos militares caldenses a 16 de Março”, contou o historiador que só em maio de 1974 se notam os primeiros indícios da viragem da Gazeta onde se dá a conhecer que “o director deste jornal deu a um representante das forças democráticas caldenses garantias da integração imediata da Gazeta das Caldas no espírito e na acção da Junta de Salvação Nacional”. Carlos Saudade e Silva garantia a introdução no periódico caldense da “estrutura adequada a torná-lo num arauto do povo”. Contudo Saudade e Silva pediu a exoneração do seu cargo à empresa Gazeta das Caldas, proprietária do jornal, que convida para o substituir Adérito Amora. É a partir desta altura que a Gazeta “é definitivamente integrada no processo de democratização em curso no país”, escreveu Luís Nuno Rodrigues.
O título foi adquirido pela recém criada Cooperativa Editorial Caldense, responsável pela publicação. Em maio de 1975, Adérito Amora abandonou a direcção da Gazeta, assumida então pelo actual diretor José Luís de Almeida Silva, que manterá a mesma linha de orientação do jornal: “a linha amplamente democrática que o nosso jornal vem assumindo desde Maio de 74 não sofre alteração: continuamos a ser uma voz livre, ao serviço do povo e dos trabalhadores do concelho”, rematou.


Falsa partida como quinzenário

Foi a 8 de outubro de 1922 que surgiu a primeira Gazeta das Caldas, segundo o historiador João B. Serra. Autoclassificava-se então de “quinzenário noticiário, humorístico e esportivo” e os seus proprietários e directores eram João de Campos e Abel Augusto dos Santos Simões. O cabeçalho já era graficamente semelhante ao da actual Gazeta, que vai surgir em 1925. O investigador caldense salienta que nesta edição de arranque se retendia, segundo o que enunciava a redacção de então, “fazer a propaganda do esporto, ser um pouco humorístico e dar… (aos leitores) as notícias mais pormenorizadas desta região: enfim, um bocadinho de cada coisa”. Segundo João Serrra, a 1.ª edição foi vendida a 20 centavos, mas a segunda já foi a 30, uma vez que os custos da edição seguinte tinham ultrapassado as expectativas.
Aparentemente esta Gazeta que estava pensada para ser um quinzenário “morreu” após a sua 6.ª edição, publicada a 15 de janeiro de 1923. Segundo o investigador caldense “não se encontram exemplares referentes a datas posteriores”.

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