
O evento “Quero abraçar o Hospital Termal” foi lançada através do facebook por João Dias, um caldense de 28 anos que quis desta forma voltar a chamar a atenção dos caldenses para o futuro do termalismo caldense.
“Vivemos tempos conturbados e pouco claros em relação ao Hospital Termal. Parece cada vez mais desprezado e posto de parte”, salientou à Gazeta das Caldas uma semana antes da iniciativa.
João Dias não ficou desiludido com a fraca adesão dos caldenses, até porque estava preparado para que isso acontecesse. No entanto, não deixou de lamentar que “num concelho com 50 mil habitantes só nós estejamos presentes”.
Na sua opinião, o mais importante é manter este assunto na ordem dia para que os cidadãos saibam oque está a ser decidido. “Vou continuar a organizar eventos deste género e ajudar quem queira também fazê-lo”, referiu ao nosso jornal.
Na convocatória tinha feito questão de referir que a organização era apartidária porque entende que “algumas vezes as pessoas não participem por determinado evento estar conotado com o partido A ou B”, mas vários autarcas não deixaram de estar presentes.
Por duas vezes João Dias dirigiu-se aos participantes da iniciativa para agradecer a sua presença, mas foram dois ex-administradores do Centro Hospitalar que fizeram as intervenções mais longas no final da iniciativa.
Mário Gonçalves referiu que “o momento é de angústia e de incerteza”, mas acredita que “se estivermos unidos e soubermos termos, é possível salvaguardar a dignidade desta instituição”.
O ex-administrador e cirurgião não percebe como é que “o Estado que durante cinco séculos nunca negou o seu apoio ao funcionamento do Hospital Termal, o faça no século XXI”.
Enquanto caldense, sente-se indignado e afirma que “repugna-me que tudo isto esteja a acontecer”. Mário Gonçalves garante que vai lutar para que o Termal continue enquanto hospital especializado e integrado no Serviço Nacional de Saúde, sob a tutela do Ministério da Saúde.
Jorge Varanda, que foi administrador do então Centro Hospitalar das Caldas da Rainha durante 10 anos, também manifestou a sua indignação pelo facto do país estar a desperdiçar o que existe nas Caldas da Rainha. “Há pessoas, até no Ministério da Saúde, que não percebem o que é este hospital”, afirmou.
O antigo administrador hospitalar, agora reformado, salientou todas as potencialidades daquela unidade, mas também o facto de este ter custos baixos e resultados muito positivos na recuperação dos doentes. Jorge Varanda referiu que muitos médicos chegaram a falar em milagre, depois de verem a recuperação de algumas pessoas após serem tratadas pelas águas das Caldas. “No sótão do Hospital Termal havia quantidades imensas de muletas, de pessoas que entravam aqui entrevadas e que saíram pelo seu próprio pé”, contou.
Pedro Antunes
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