A Unidade Local de Saúde do Oeste (ULSO), que integra o centro hospitalar e os centros de saúde de oito municípios do Oeste, foi criada a 1 de janeiro e ficará sediada nas Caldas
A Unidade Local de Saúde do Oeste (ULSO), que irá agregar o Centro Hospitalar do Oeste com o ACES Oeste Norte (Centros de Saúde do Bombarral, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche) e o ACES Oeste Sul (com exceção do Centro de Saúde de Mafra), foi criada a 1 de janeiro. O objetivo, com a nova entidade, é a existência de uma “maior integração de cuidados, maior capacidade de resposta e apoio à população e que sejam potencializados ganhos em saúde para toda a população da região Oeste”, explica o conselho de administração do CHO, que trabalhou em conjunto com as direções executivas do ACES Oeste Sul e Oeste Norte no processo de desenvolvimento da ULSO.
O processo de transição para a nova entidade não implicará constrangimentos na prestação de cuidados, nem exigirá por parte dos utentes, alterações no relacionamento com as várias instituições que irão integrar esta nova entidade.
Na prática, a criação desta ULS traduz uma reorganização da arquitetura das instituições de saúde do SNS da região do Oeste, agregando os cuidados primários e hospitalares, com o propósito de “reforço da articulação dos cuidados de saúde, de simplificação dos processos e de melhoria de eficiência das instituições a agregar”, explicou o CHO à Gazeta das Caldas. A mesma instituição esclarece que pretende-se uma colaboração entre instituições hospitalares e de cuidados primários “verdadeiramente centrada no utente, assegurando os ganhos em saúde gerados pela integração de cuidados e pela proximidade aos utentes na base dos cuidados de saúde primários”. Ao nível do funcionamento não se registará qualquer diferença, além da “simplificação de processos” decorrente da melhor articulação entre instituições de Saúde.
Será gerida por um conselho de administração composto por sete elementos. A presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, terá sido convidada para também presidir à ULSO, mas de acordo com o centro hospitalar, a nova direção ainda se encontra “em fase de nomeação”. As autarquias foram também chamadas a escolher um representante, para vogal do conselho de administração, tendo havido consenso quanto à escolha de José Bernardo Nunes, atualmente a exercer o terceiro mandato como presidente da Câmara do Cadaval, para o cargo. Na Câmara das Caldas essa decisão foi tomada a 28 de dezembro, mas com o executivo a questionar se a pessoa a integrar a direção “não deveria ter experiência na área da saúde”.
A proposta segue agora para avaliação da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).
Falta de diálogo
Ainda de acordo com o edil, Vítor Marques, o executivo caldense fez chegar uma nota ao diretor executivo do SNS do “descontentamento pela forma como todo este processo foi conduzido, sem nunca ter havido um momento de diálogo entre o município e a aquela entidade”.
Na última Assembleia Municipal, quando questionado sobre o assunto, o autarca partilhou com os deputados a falta de contacto por parte da comissão executiva do SNS relativamente a este assunto. Explicou que o tema tinha sido debatido também no conselho intermunicipal da OesteCIM, e que o representante de Alcobaça tinha explicado que “o procedimento em relação à criação da ULS de Leiria tinha decorrido com conversação e entendimentos, tal como se passou em relação à ULS da Lezíria e Ribatejo”. Vítor Marques considera mesmo que “continuamos aqui a ter uma malapata em relação à saúde e seus procedimentos”.
O autarca partilhou ainda as suas dúvidas relativamente à transferência de competências, na área da saúde, para o município na sequência da criação das ULS. “Está a formar uma entidade que deve ter uma estrutura de gestão verticalizada e que deve tirar partido de toda essa gestão de proximidade”, disse, acrescentando que não faz sentido que assistentes operacionais ou transportes afetos à autarquia caldense vão prestar serviço noutros concelhos, e vice-versa.
Com sede nas Caldas da Rainha, a ULSO abarcará cerca de 235.231 habitantes, distribuídos por aproximadamente 1.348 km2 de oito concelhos oestinos. ■































