É preciso encontrar uma solução para a poluição, que é visível a olho nu, no Rio Seco, na freguesia de Turquel. A situação não é nova, nem tão pouco desconhecida pelas forças políticas locais, mas em vésperas de eleições autárquicas a denúncia de um munícipe voltou a pô-la na agenda política e muitas foram as vozes que já se fizeram ouvir em defesa de uma solução definitiva para um problema que “pode estar a contaminar o lençol freático”.
É esta a convicção de Luís d’Avó Ribeiro, que tem alertado para o que se passa nos últimos anos. De acordo com o turquelense, a água não está a ser devidamente tratada na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) dos Freires, na Benedita, e chega poluída ao Rio Seco.
Junto à Estação Elevatória da Charneca do Rio Seco, que Luís Ribeiro diz que “nunca funcionou como devia ser”, sente-se o mau cheiro e vêem-se os resíduos na água. Além disso, há construções na zona que nunca foram acabadas e cuja única solução é a demolição. Daqui, as águas seguem o seu curso em direcção a Chiqueda, arrastando os resíduos que se vêem com facilidade e o mau cheiro que se faz sentir.
As suspeitas de Luís d’Avó Ribeiro foram já confirmadas por análises que o próprio encomendou e que detectaram a existência de detergentes nas águas.
“Confirma-se a existência de sabão em mais do que um ponto do curso de água, mas não se sabe se há ou não perigo para a saúde pública. Outras análises terão de ser pedidas pelas autoridades competentes”, diz o turquelense.
“Daqui a 50 ou 60 anos esta porcaria está toda no lençol freático”, alerta Luís d’Avó Ribeiro, defendendo que “se está a contaminar o futuro”. E para que se encontre uma solução, há que deixar de lado questões partidárias e juntar esforços para “fazer um projecto e conseguir dinheiro da União Europeia” para o concretizar.
Depois de terem visitado o local, representantes da CDU, PS e PSD dizem que é urgente encontrar uma solução.
Rogério Raimundo, vereador da CDU, que visitou pela primeira vez a estação elevatória da Charneca do Rio Seco em 1998, diz que “a poluição está mesmo pior”. Acácio Barbosa, vereador do PS, defende a qualificação da lagoa que dá acesso ao Rio Seco e o estudo dos cursos de água. José Acácio Barbosa e Jorge Agostinho, vereadores do PS, prometem estar atentos e quiseram saber mais junto dos Serviços Municipalizados.
A Câmara de Alcobaça já abordou este problema junto da Águas do Oeste, responsável pelas estações de tratamento. O presidente da autarquia, Paulo Inácio, diz que a urgência na resolução deste problema foi salientada na última reunião do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados e adianta que a Câmara vai “avançar com a limpeza daquele espaço e estudar o que tem de ser feito, chamando sempre à colação a Águas do Oeste”. Os trabalhos de limpeza deverão avançar nas próximas semanas.
Joana Fialho
jfialho@gazetacaldas,com
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