A empresa Túnica, criada em 1970, está a celebrar o seu meio século de existência. Especializada em artigos de bebé, a firma é hoje gerida pelos filhos do casal que criou esta marca e que possui três lojas no centro da cidade das Caldas da Rainha
A Túnica foi fundada pelo casal Carlos e Fernanda Tomás, que abriram a primeira loja a 15 de Junho de 1970, quando não havia roupa para bebé à venda na região. A aposta foi ganha e a marca Túnica possui actualmente três espaços comerciais: um na Rua das Montras, outro no Bairro Azul (que abriu em 1992) e um terceiro na Rua do Jardim, aberto em 1996.
A completar 50 anos, a empresa é gerida há vários anos pelos filhos do casal, Alexandre Tomás, de 48 anos e Dulce Tomás, de 47 e que colocam grande empenho pessoal na gestão deste negócio, a que juntaram posteriormente a puericultura.
Alexandre Tomás especializou-se em equipamentos relacionados com a segurança automóvel no que diz respeito ao transporte dos mais novos.
Nos primeiros meses do ano, os gestores tinham planeado a realização de uma iniciativa que envolvia a celebração desta data. Queriam assinalar o aniversário e fazer algo que envolvesse “as três gerações dos nossos clientes”, disseram os irmãos. Nessa altura, não podiam supor que esta data ficará marcada na memória de todos por causa da pandemia que deixou muitas empresas praticamente sem facturação durante dois meses.
A empresa tem uma equipa de seis pessoas, tendo a maioria estado em lay-off nos meses de confinamento. Uma das funcionárias tinha acabado de entrar para a empresa e os patrões esperam poder integrá-la.
Ao longo das cinco décadas de vida da empresa já passaram “por muitos altos e baixos, mas esta crise é global e atinge os mais diversos sectores desde a produção, os fornecedores até à própria circulação de bens”.
O contexto do novo coronavírus apresenta um enorme desafio às empresas e, na verdade, “ninguém sabe com certeza o que vai acontecer”, dizem os sócios, acrescentando que nesta incerteza em que se vive há algo em que a Túnica não cede. “Estamos a fazer um grande esforço para preservar a estrutura da empresa e os postos de trabalho da nossa equipa”, asseguraram os sócios. Nos meses de confinamento, os responsáveis contam que a firma registou um aumento das vendas on-line, área que já tinham em funcionamento há vários anos.
Normalidade em Junho
Em Abril, os dois sócios-gerentes estiveram na loja, garantindo algumas entregas à porta, permitidas por lei. Em Maio, mesmo com redução de horário, foram retomando a actividade e notaram que além dos caldenses, somaram-se novos clientes “que queriam retomar algum consumo”. No mês de Junho já voltou a actividade normal.
De qualquer modo, sentem que há uma área do seu negócio que vai estar muito diminuída e que tem a ver com a drástica diminuição de festas que traz consequências pois as pessoas deixaram de comprar a roupa e acessórios para as festas, dado que não se podem realizar festejos, nem cerimónias que envolviam muitas aquisições nesta área, para os mais novos, como são a participação dos petizes em casamentos ou baptizados.
Alexandre Tomás e Dulce Capinha referem algum receio por causa da diminuição de visitantes nas Caldas e alertam para a questão das mudanças de sentido e de trânsito, que provoque grandes alterações nos hábitos de quem vem fazer compras. Para já, não pensam em alterar nem investir em novas áreas em relação ao seu sector. Ambos esperam que a Túnica, assim como outros comerciantes experientes e que não cedem na ética comercial, “possam até sair mais fortes destes tempos difíceis. A própria cidade tem um forte cariz comercial”, remataram os irmãos, que, tal como aconteceu noutros momentos da história desta empresa, já sabem que este será mais um ano em que não vão poder tirar férias, de modo a poder garantir os dias de descanso dos seus funcionários.































